Bacurau: 1ª exibição pública no Brasil é marcada por protestos dos diretores
Uma das mais aguardadas produções brasileiras deste ano, Bacurau, dos pernambucanos Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, ganhou sua primeira sessão publica no país na noite de hoje, na abertura do 47° Festival de Gamado, no Rio Grande do Sul.
Uma plateia bem comportada lotou o Palácio dos Festivais para acompanhar a história da pequena cidade do sertão nordestino do título, assombrada por fenômenos estranhos causados por um grupo determinado a "apagar" o lugarejo do mapa.
Ganhador do prêmio do júri no ultimo Festival de Cannes, em maio, o filme tem sido definido por seus autores como uma história "de resistência". "Bacurau" ganha pré-estreias em diversas cidades brasileiras amanhã, aquecendo o lançamento nacional do longa no dia 29.
O filme inicia sua carreira no Brasil no momento em que o audiovisual sofre desidratação de recursos e o governo federal ameaça impor "filtros" ao que é fomentado pela Ancine.
"Bacurau foi desenvolvido ao longo dos últimos dez anos com o Juliano e [a produtora] Emilie Lesclaux. Somos profissionais da cultura e exigimos respeito", disse Kleber Mendonça ao apresentar o filme, pedindo a cada membro da equipe no palco que se apresentasse e dissesse a sua função -- entre eles a atriz Sônia Braga, que faz uma participação especial na produção.
Emilie lembrou que o filme, uma coprodução francesa, foi feito "com toda a liberdade, sem nenhum tipo de censura". Juliano Dorneles, por sua vez, encerrou a apresentação do filme gritando "Censura, não! ".
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