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Epilepsia causou convulsão que matou Cameron Boyce, diz site

Divulgação/Disney Channel
Imagem: Divulgação/Disney Channel

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

08/07/2019 13h24

A convulsão que matou o ator da Disney Cameron Boyce foi causada por epilepsia. Segundo o site TMZ, esta é a "condição médica preexistente" citada pela família, mas que havia sido mantida em sigilo até aqui.

O TMZ afirma que Cameron já lidava com convulsões causadas por este quadro de epilepsia, mas que isso não o impedia de realizar os trabalhos que o fizeram famoso na TV e no cinema, como a série Descendentes.

O ator foi pronunciado morto ainda em casa, onde foi encontrado caído após uma convulsão. Os paramédicos tentaram reanimá-lo no local, sem sucesso, e ele morreu aos 20 anos. A morte é caracterizada como natural, ainda que ele fosse jovem, pela forma como o corpo foi encontrado.

Cameron trabalhava como ator desde os 11 anos e fez fama no Disney Channel, principalmente como Carlos, de Descendentes.

A epilepsia

A epilepsia é provocada por uma anormalidade na atividade elétrica cerebral que pode estar associada a uma lesão visível ou a anormalidades mais sutis na neuroquímica. Portanto são visualizadas por meio de exames de ressonância magnética. As causas mais comuns são as infecções, como a meningite, traumatismo craniano, acidente vascular cerebral, falta de oxigenação durante o parto e doenças genéticas que repercutem sobre o funcionamento cerebral.

Pacientes com epilepsia podem apresentar diferentes tipos de crise epiléptica, dependendo da região que é envolvida pela atividade elétrica cerebral. A crise convulsiva, que é a mais conhecida da população, ocorre devido à propagação de uma crise localizada em uma região, estendendo-se para todo o cérebro. Isso faz com que a pessoa caia, contraia os músculos de todo o corpo, podendo inclusive morder a língua, salivar demais, respirar de forma ofegante e até perder o controle esfincteriano.

O médico neurofisiologista especializado em cirurgia de epilepsia, professor Roger Walz, do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC) da Rede Ebserh, esclarece que assim como outras doenças neurológicas, existem tipos mais graves de epilepsia. Contudo, na maioria dos casos o paciente pode ter uma vida relativamente independente. "A pessoa pode ter uma vida social, estudar, trabalhar, desde que faça o tratamento adequado. As limitações irão depender da gravidade do caso e reposta ao tratamento", explicou, ao UOL Vivabem.

O tratamento é feito basicamente com medicamentos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS)."Quando indicada de forma precisa e dependendo do tipo de epilepsia, as chances de cura podem chegar a 70%, a longo prazo", explica Roger Walz. "Na realidade, a crise epiléptica parece muito mais assustadora do que realmente é. Os riscos são muito mais inerentes ao risco de acidente decorrentes da perda de consciência do que pela crise propriamente dita".

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado na primeira versão do texto, Cameron Boyce interpretou o personagem Carlos na franquia Descendentes, e não Luke. A informação foi corrigida.