Topo

Mágico canadense quase morreu com mesmo truque de Houdini que matou indiano

O mágico canadense Dean Gunnarson - Divulgação
O mágico canadense Dean Gunnarson Imagem: Divulgação

Osmar Portilho

Do UOL, em São Paulo

20/06/2019 04h00

Não é à toa que Harry Houdini se tornou referência no ilusionismo. Os truques criados pelo mágico húngaro-americano vêm sendo reproduzidos por outros ilusionistas até hoje. Nessa semana, o indiano Chanchal Lahiri tentou refazer uma das proezas realizadas por ele e acabou morrendo. A performance realizada por Houdini em 1912 também quase tirou a vida do canadense Dean Gunnarson, em 1983. O ilusionista conversou com o UOL, por e-mail, sobre o episódio e lamentou a perda do colega indiano. "Eu me sinto muito mal por isso ter acontecido. Especialmente por sua família", afirmou.

Mágico morre na Índia após tentar truque submerso

UOL Entretenimento

Na ocasião, Gunnarson, que é fã de Houdini e geralmente presta homenagens ao mágico no dia 31 de outubro, data que marca a morte do húngaro-americano, tentou replicar o truque em 1983. Ele foi algemado e acorrentando dentro de um caixão cuja tampa foi pregada antes de afundar no Red River, em Winnipeg.

Depois de ficar submerso durante 3 minutos e 47 segundos, o caixão com o canadense foi retirado das águas geladas do rio. Gunnarson estava pálido e não respirava. O ilusionista foi levado pela equipe de paramédicos e teve que ser reanimado na ambulância.

"Eu fiquei preso debaixo da água e morri. Eu tinha 19 anos e era muito inexperiente. Foi importante não entrar em pânico, ficar calmo e esperar minha equipe me tirar dali". Mesmo sendo atendido com agilidade, Dean escapou por muito pouco da morte.

O ilusionista canadense Dean Gunnarson - Mark Dadswell/Getty Images - Mark Dadswell/Getty Images
Dean, acorrentado e preso de ponta-cabeça em guindaste por uma corda em chamas
Imagem: Mark Dadswell/Getty Images

"Eu lembro de desmaiar e me senti entrando em um túnel com uma luz no final. Minutos depois eu acordei na ambulância a caminho do hospital", completou.

Para o canadense, o episódio serviu como aprendizado. "Eu tive sorte. Minha falha me fez ser um escapista melhor e hoje aprendi com meus erros", disse. No caso do ilusionista indiano, Dean acredita que uma sequência de erros foi determinante para sua morte.

"Eu gostaria que ele tivesse com mais estrutura de segurança ao redor dele. Eles esperaram 30 minutos até perceberem que algo estava errado. Como encontraram seu corpo a mais de um quilômetro, imagino que a corrente estivesse muito forte do que eles pensavam", disse. Dean Gunnarson ainda explica que a escolha do figurino de Chanchal pode ter atrapalhado também seu número.

"Creio que tudo aquilo dificultou ainda mais para ele retirar as correntes. Foram erros simples que custaram sua vida. Também notei que o gancho que prendia seus pés estava ao contrário. É possível que a correnteza o tenha soltado antes mesmo dele começar a se soltar".

O episódio não fez Gunnarson parar, mas o fez se preparar com mais atenção em seus números. Para ele, as performances que envolvem água são mais arriscados que os outros. "Tudo que envolve água lhe dá um número limitado de tempo. O que se faz em um palco fica muito mais difícil quando realizado debaixo d'água".