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Calma, manhã da Virada Cultural vai do gospel de Aline Barros ao peso do Sepultura

Sepultura durante seu show na Virada Cultural - Diego Padgurschi / UOL
Sepultura durante seu show na Virada Cultural Imagem: Diego Padgurschi / UOL

Soraia Gama

Colaboração para o UOL

19/05/2019 11h43

Entre quem acordou cedo e quem não dormiu, a manhã da Virada Cultural teve bom público e um clima mais calmo, após uma madrugada com relatos de arrastão na parte central de São Paulo. Entre as atrações musicais, houve do clima tranquilo do show da cantora gospel, no palco do Anhangabaú, ao peso do Sepultura na Avenida Rio Branco.

A apresentação da cantora gospel teve Aline fazendo, em "Apaixonado", a galera cantar com as mãos pra cima e pular com a pergunta: "Tem alguém aqui que ama Jesus mais do que eu?"

Entre uma música e outra, Aline conversou com o público e pediu para que as pessoas se abraçassem. "Ninguém chega ao Pai senão pelas palavras de Jesus". Muitos choraram e a emoção tomou conta do público que a segue.

Igor Santos, de 21 anos, cresceu em igreja evangélica e já conhecia o trabalho da cantora. "Sou de Minas, vim fazer um evento ontem e aproveitei pra ficar. É minha primeira Virada Cultural. Estou adorando."

Aline Barros durante seu show na Virada Cultural - Soraia Gama/UOL - Soraia Gama/UOL
Imagem: Soraia Gama/UOL

Ao lado da filha Maria Eduarda, de 9 anos, Adriana Froes, de 41, chegou ao Centro de São Paulo com um carro de aplicativo. "Andamos até aqui e fiquei um pouco assustada. Não é preconceito, mas para um show evangélico, vi muita gente drogada, bêbada." Apesar de abordagens, Adriana não viu sinais de violência. "Agora vamos ficar pra ver o show da Anitta, mas vamos ficar mais longe do palco, porque deve lotar muito."

Sobre segurança, o público é só elogio: "Passamos a noite toda rodando pelo centro e não vimos nada. Nada mesmo", disse Caio Calejon, de 31 anos. "Não sou fã da Aline. Seria hipocrisia minha. Sou homossexual. A igreja dela e ela não aceita isso (homossexualidade). Tô aqui pra zuar mesmo", diverte-te, enquanto fazia sinal de metal, com os dedos indicador e mindinho levantados.

Na outra ponta, Sepultura

Curiosamente, o Sepultura teve problemas com crenças num passado recente. Eles foram proibidos de fazer um show Líbano com críticas, entre outras coisas, a serem "adoradores do diabo". Os músicos tiveram de explicar que não são satanistas, mas não teve conversa, a apresentação não aconteceu.

Na manhã de hoje, desde as 9h30, a banda de thrash metal reuniu uma legião de metaleiros de camisetas pretas na Avenida Rio Branco. Andreas Kisser (guitarra), Derrick Green (vocal), Eloy Casagrande (bateria) e Paulo Xisto (baixo) tocaram clássicos da banda, que lançou o disco mais recente em 2017, com "Machine Messiah".

O público foi numeroso e as rodas de mosh marcaram a apresentação, como sempre acontece com o Sepultura, mas, assim como ocorreu com Aline Barros, a paz foi mantida. Entre os destaques do show, clássicos como "Dead Embryonic Cells", "Attitude", "Territory" e "Roots Bloody Roots".

Mais Virada

Outro show animado foi o de Tiago Abravanel, na República. Ele chamou gente para subir no palco, distribuiu selinhos e até presenteou as pessoas com perfumes Jequiti.

No fim da manhã, o clima era tranquilo no Vale do Anhangabaú, que recebe Anitta. Por lá, fãs da cantora se aglomeraram na grade do palco Plural, mas sem confusão. A dica para a tarde é caprichar no protetor solar, já que o sol do meio dia já começa a castigar o público da

A programação da Virada segue até as 18h de hoje, com Anitta, Preta Gil, Anavitória, Ira!, Lucas Lucco e mais.