Esculturas de orelhas gigantes alertam sobre saúde auditiva em SP
Esculturas de orelhas gigantes, de 1,6 metro de altura, estão sendo pintadas por artistas plásticos na capital paulista, para chamar atenção para a saúde auditiva. A Ear Parade é o primeiro evento de arte urbana de conscientização para os problemas de audição.
As 65 peças estão sendo pintadas ao vivo no shopping Frei Caneca, onde ficarão expostas até 23 de julho. Depois, as obras ganharão as ruas e praças da cidade e serão leiloadas em seguida. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, 5,6% da população brasileira tinha deficiência auditiva, um total de 12 milhões de pessoas.
As artistas Érica Morais, Julia Takeda, Keti Stefanini e Titina Corso produziram suas obras ontem. Na abertura do ateliê, no último dia 22, o arte-educador Bruno Ferrari fez a sua obra inspirada nas atividades do Instituto Escuta, que atende crianças com implantes cocleares.
"Passei uma manhã com eles e visualizei o que eles têm de brincadeiras. Carrinhos com papelão é um dos exercícios que eles fazem para entender sinalização", descreveu. As imagens vão compor a escultura e, nesta semana, as crianças irão até o shopping para participarem da obra.
"Elas vão colocar as mãozinhas aqui", disse, apontando para um espaço reservado por ele na orelha gigante.
O projeto foi idealizado pela área de Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP). A otorrinolaringologista Paula Tardim, que faz parte da equipe, destaca a importância da prevenção e do tratamento.
"Existem formas de reabilitação da audição associada à leitura orofacial, ao desenvolvimento da Linguagem Brasileira de Sinais, à implantação precoce de aparelhos auditivos externos convencionais ou mesmo cirurgias para reabilitação. Em muitos casos você restabelece totalmente a audição", explicou.
A médica reforça a importância de um diagnóstico correto e precoce para evitar perdas auditivas e melhorar a qualidade de vida do paciente. "Crianças com perda de audição, que não são diagnosticadas, muitas vezes recebem diagnóstico de hiperatividade, déficit de concentração e, às vezes, não evolui para um tratamento que leva a um desempenho auditivo melhor", destacou.
Ela reforçou ainda cuidados cotidianos como uso de equipamentos de proteção individual (EPI) por trabalhadores expostos a ruídos ou mesmo pessoas que utilizam fones de ouvido com frequência em volume alto.
A exposição pública das esculturas da Ear Parade ocorre de 24 de julho a 22 de agosto deste ano. O encerramento será com um leilão beneficente. Os valores arrecadados serão destinados ao Hospital das Clínicas, ao Programa Reouvir (SUS) e à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
*Com informações da TV Brasil
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