Don Cheadle conta como foi gravar "Vingadores: Ultimato" em clima de segredo
Manter o segredo em torno da história de "Vingadores: Ultimato", a conclusão épica da batalha dos super-heróis da Marvel contra o vilão Thanos , foi uma tarefa árdua - principalmente para os seus atores. Sem acesso ao roteiro completo da história, o elenco teve de gravar boa parte de suas participações no escuro, sem saber ao certo o que estava acontecendo com seus personagens.
Os principais guias, então, se tornaram os diretores Joe e Anthony Russo, as mentes por trás de "Ultimato" e seu antecessor, "Guerra Infinita". "Antes de gravar qualquer coisa, nós conversávamos sobre onde estávamos, para onde íamos, como tudo se encaixava", contou ao UOL Don Cheadle, que nas telas é o tenente coronel James Rhodey, o Máquina de Combate.
"Tivemos de nos guiar muito por isso e confiar que eles garantiriam que estávamos no tom certo, porque não lemos todo o roteiro. Nós nem nos vimos durante boa parte das gravações. Tem personagens que eu nunca vi, fisicamente, no set", completou.
Cheadle falou ao UOL no início do mês, durante um evento para promover "Ultimato" em Los Angeles. À época, ele ainda não havia assistido ao filme - e jurava de pés juntos que não sabia nem quais heróis iriam permanecer no Universo Cinematográfico da Marvel ao fim das 3h02 da história. "Muitos desses personagens vão permanecer nesse universo. Não posso dizer quais, e na verdade nem sei quais serão, com certeza".
O discurso vago é uma precaução justificada. Um ano antes, durante a divulgação de "Guerra Infinita", viralizou um vídeo de uma entrevista em que Mark Ruffalo, acabava revelando bem mais do que devia, sob o olhar atônito de Cheadle, com um "todo mundo morre". O ator, porém, garantiu que tudo não passou de uma brincadeira.
"Estávamos só zoando. As pessoas disseram que ele entregou o filme todo, mas ele só tinha começado a entregar um pouquinho. Fizemos aquilo o dia todo, mas foi só aquela entrevista que causou esse incêndio todo. Sabemos qual é o nosso trabalho e não queremos arruinar nada para ninguém, porque metade da diversão desses filmes é descobrir o que acontece com quem".
Ficar de lábios bem fechados, aliás, não foi nenhuma dificuldade para Cheadle. "Acho que como pai você se acostuma a não contar tudo. Não é difícil", disse, aos risos. O ator tem duas filhas: Ayana, 24, e Imani, 22.
"Passagem de bastão"
Parte do Universo Cinematográfico da Marvel desde 2010, quando assumiu o papel de Máquina de Combate em "Homem de Ferro 2", Don Cheadle vê "Vingadores: Ultimato" como o fim de um ciclo - e o início de outro.
"É um tipo de encerramento. Obviamente, é o 'end game' por um motivo, e todos esses personagens estão encerrando algum tipo de jornada neste filme. Mas é, também uma passagem de bastão. É um pouco agridoce", refletiu.
Nos bastidores, porém, o ator se divertiu com a possibilidade de contracenar com novos colegas. "Faço muitas coisas com Mark neste filme e com Rocket , o que foi legal. Ainda atuei com a Brie [Larson, a Capitã Marvel] e com Scarlett [Johansson, a Viúva Negra], fizemos esses pares diferentes".
"Foram várias cenas em que pudemos explorar esses relacionamentos diferentes entre esses personagens, é tudo novo", completou. "Foi muito interessante ter a oportunidade de olhar para esses novos relacionamentos e essas novas formas com que interagimos".
Questionado sobre seu momento favorito em quase uma década trabalhando no MCU, Cheadle elegeu um de "Capitão América: Guerra Civil" (2016), em que aparece ao lado do lendário quadrinista Stan Lee, que morreu no ano passado (veja abaixo). "A cena com Stan Lee e Robert [Downey Jr., o Homem de Ferro], em que ele o chama de 'Tony Stank'. Foi muito legal. Vai sempre estar comigo quando eu precisar dar uma boa risada".
*A repórter viajou a convite da Disney
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