Ativista, Troye Sivan faz show colorido no Lolla: "Vamos superar as adversidades"
Você pode até não estar familiarizado com o nome do cantor Troye Sivan, segunda atração internacional do palco Adidas do Lollapalooza Brasil 2019, mas talvez se lembre de seu rosto como Wolverine adolescente de "X-Men Origens" (2009).
A vida do australiano jamais foi a mesma desde então. Ele continuou atuando em filmes, séries e investiu pesado em uma ascendente carreira de cantor, em que surfa na onda do pop dançante, com leves toques de indie pop. Uma ótima pedida para fãs de Imagine Dragons e 1975 que não têm vergonha de dançar Justin Bieber.
Afinação
Troy tem uma presença de palco tímida, mas compensa a ligeira falta de traquejo com carisma e profissionalismo. A cada close no telão, pelo menos um grito ruidoso era ouvido em um canto da plateia. Falante e simpático, ele é adepto de samplers e diversos tipos de auxílio sonoros e backing vocals, mas, quando precisa cantar, mostra afinação exemplar. A apresentação é praticamente um CD executado ao vivo.
Quem é o público
Jovens na casa dos 20 e poucos anos, emocionados, democraticamente divididos em meninos e meninas. Muitos casais gays e gays em grupo. Várias bandeiras do movimento LGBT na plateia. Nada disso é por acaso. O cantor, que tem 23 anos, assumiu a homossexualidade aos 18 anos e virou símbolo da luta contra o preconceito sexual e a favor da diversidade. Foi o show mais colorido do Lolla até aqui.
Susto e fofura
Antes de emendar a emotiva "Heaven", música composta por ele sobre sair do armário, o cantor demonstrou surpresa ao se dar conta do tamanho do público, que já se amontoava frente ao palco às 16h. "Não sei se essa quantidade de gente é normal pra vocês", desabafou. "Vocês são o público mais incrível do mundo. Não sei nem como recompensar." A plateia se derreteu com seus carinhos e beijinhos.
Pra mim, essa semana no Brasil é uma das melhores da minha vida!
Representatividade
Troye emocionou a plateia mais uma vez ao falar de representatividade e sobre o atual estado do mundo. "Não é fácil ser LGBT nesses tempos que podem ser difíceis para todo mundo. Mas ver um público como vocês, com bandeiras, me sinto tão orgulhoso, e sinto que vamos superar todas as adversidades", completou antes de exibir as cores da bandeira gay no telão. Xingamentos ao presidente Jair Bolsonaro foram ouvidos algumas vezes na plateia.
Quente, quente
O calor já castigava durante o show anterior do palco Adidas, do grupo The Fever 333, e pegou ainda mais forte na vez de Troye, mesmo com tempo nublado. O cantor terminou ensopado e de camiseta regata, após algumas paradas estratégicas em que se hidratou com água mineral. A aglomeração fez a temperatura subir, mas ele deu de ombros. A vibe do amor falou mais alto. "Eu amo vocês. Está incrível isso aqui. Queria que minha família estivesse aqui pra ver."
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