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HBO confirma que documentário polêmico sobre Michael Jackson será exibido em março

Liza Minelli, Michael Jackson e Jimmy Safechuck deixam um teatro em 1988 após assistir ao musical "O Fantasma da Ópera", em Nova York - Richard Corkery/NY Daily News Archive via Getty Images
Liza Minelli, Michael Jackson e Jimmy Safechuck deixam um teatro em 1988 após assistir ao musical "O Fantasma da Ópera", em Nova York Imagem: Richard Corkery/NY Daily News Archive via Getty Images

Rodolfo Vicentini

Do UOL, em São Paulo

08/02/2019 19h05

A HBO norte-americana confirmou que vai passar "Leaving Neverland", polêmico documentário sobre Michael Jackson que detalha supostos abusos sexuais cometidos pelo cantor. O projeto será dividido em duas partes, que serão exibidas nos dias 3 e 4 de março.

A decisão da HBO rebate as recentes declarações de Howard Weitzman, advogado dos responsáveis por cuidar do legado do astro do pop, que ameaçou o canal caso passe o documentário. Os representantes de Michael enviaram uma carta de 10 páginas para a HBO e disseram que este será "o episódio mais vergonhoso" da história do canal.

O documentário

"Leaving Neverland" detalha abusos que Michael Jackson teria cometido contra crianças. A sinopse oficial do filme, que traz depoimentos de Wade Robson, James Safechuck e de suas famílias, descreve:

"No auge do seu estrelato, Michael Jackson começou relacionamentos duradouros com dois garotos de 7 e 10 anos. Agora com 30 anos, eles contam a história de como foram abusados sexualmente por Jackson e como eles chegaram a um acordo anos depois".

Ambos chegaram a depor a favor de Michael Jackson na corte quando o cantor foi julgado, o que gerou a revolta dos administradores do espólio do artista, que acusam os rapazes de "mentirosos" e o filme de mostrar apenas um lado.

Críticas

Os gestores do espólio do artista, que morreu em 2009, ficaram revoltados com a produção. A família de Michael rechaçou o documentário o destacou como "linchamento público".

Na estreia no Festival de Cinema de Sundance, a produção gerou reações distintas: centenas de fãs do cantor protestaram na porta do cinema defendendo o artista das acusações; por outro lado, parte da plateia ficou chocada com os relatos detalhados exibidos pela primeira vez no filme de quatro horas de duração dirigido por Dan Reed.

Já o diretor Dan Reed se defendeu das acusações. 

"Eu não caracterizei Michael em tudo no filme. Eu acho que, se você assistir, você notará que é uma história sobre essas duas famílias e Jackson é um elemento dessa história. Mas eu não procuro caracterizá-lo. Eu não comento sobre Michael. Não é um filme sobre ele. O filme em si é um relato de abuso sexual, como o abuso sexual acontece e quais são as consequências mais tarde na vida", salientou o cineasta.