Doc que quer mudar concepção sobre satanismo levou líder de templo à Sundance
Lucien Greaves foi uma das presenças mais inusitadas na cidade de Park City, no interior dos EUA, durante a semana do Festival de Sundance. Ele estava lá para promover um documentário, "Hail Satan?", que propõe "mudar a concepção do público" sobre o satanismo.
Graves é o líder do Templo Satânico, uma congregação de mais de 100.000 membros que representa apenas um dos braços do satanismo nos EUA. O documentário retrata também o crescimento da religião no território norte-americano.
O filme foi um sucesso no festival. A distribuidora Magnolia, saída de uma indicação ao Oscar de melhor documentário por "RBG", comprou os direitos para lançar "Hail Satan?" nos EUA -- ainda não há previsão no Brasil.
"Estamos chegando a um ponto em que as enquetes sobre religião no país terão que começar a contar o satanismo", avisou Greaves em entrevista ao "The Hollywood Reporter".
O fundador do Templo Satânico, que existe desde 2011, foi franco em suas críticas ao retrato hollywoodiano de sua religião. "Não é benéfico quando você vê em séries de TV ou filmes a concepção do satanismo que existe desde os anos 1980 e 1990", relatou.
"Havia um 'pânico satânico', por assim dizer, naquela época", continuou. "Se você continuar fazendo retratos assim do satanismo nos filmes e na TV, isso vai afetar a percepção das pessoas sobre a nossa religião".
Greaves não quis comentar sobre títulos específicos, incluindo "O Mundo Sombrio de Sabrina". O Templo Satânico processou a Netflix por incluir, na série, uma estátua da divindade Baphomet cujos direitos autorais pertenciam à instituição.
Segundo ele, a recente notoriedade das muitas vertentes satânicas contemporâneas apresenta uma chance de educar as pessoas. "Estamos mudando a narrativa que existe sobre nós em Hollywood", declarou.
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