"Creed 2": Como Sylvester Stallone se despede de Rocky Balboa após 43 anos
A aposentadoria chega para todos, até para o maior boxeador da história do cinema, que apareceu pela primeira vez nas telonas em "Rocky" (1976).
Sylvester Stallone garantiu em entrevistas que "Creed 2" marca a despedida de Rocky Balboa, mas o adeus ao ícone dos filmes de ação acontece em grande estilo.
"Creed 2", em cartaz nos cinemas, mostra o ex-atleta já mais velho, com problemas familiares e tendo que enfrentar mais uma vez o seu grande inimigo, aquele que matou o seu melhor amigo.
Descubra a seguir como Stallone se despede de Rocky após 43 anos.
Personagem secundário
Rocky não é o personagem principal de "Creed 2" -- e ele nem se importa em ser coadjuvante. O mote do filme é mostrar que uma nova geração está chegando, tanto para o protagonista Adonis "Creed" Johnson (Michael B. Jordan) quanto para o seu rival, Viktor Drago (Florian Munteanu).
Mesmo não carregando a missão de ser a estrela, Stallone é a alma do filme. Ele é o treinador do filho daquele que foi seu melhor amigo, Apollo Creed, e um mentor para o jovem, que está passando pelos dramas e pela fama que Rocky vivenciou nas décadas passadas.
Enfrentando seu inimigo
"Creed 2" já carregaria um ar nostálgico apenas por Stallone, mas o retorno de Ivan Drago (Dolph Lundgren) muda completamente o ritmo da jornada.
O responsável por matar Apollo em "Rocky IV" (1985) -- soltando a famosa frase "se morrer, morreu" -- planeja a vingança por ter perdido o "respeito, a mulher e a pátria" desde a derrota para Rocky.
Os velhos inimigos não entram no ringue, para a decepção dos fãs, mas isto é mais uma prova de como "Creed 2" é um drama peculiar que não cai nos clichês do gênero apenas para atrair público. Ainda assim, a primeira vez que Stallone e Lundgren dividem as telonas como Rocky e Drago após 24 anos é tensão pura e a "encarada" final é ainda melhor.
Velho e com saudades de Adrian
Rocky já passou dos 70 anos, está cansado e o que mais sente falta da sua vida é de Adrian. O amor da vida dele morreu em 2002 de câncer de ovário, e a personagem vivida por Talia Shire na franquia sempre é lembrada no novo projeto.
O ex-atleta se sente muito solitário sem Adrian, e não teve ninguém ao seu lado quando enfrentou um linfoma, se recusando a passar por quimioterapia, já que o tratamento não foi suficiente para salvar a esposa.
Stallone ganhou o Globo de Ouro em 2016 de melhor ator coadjuvante por "Creed" (2015), e impressiona novamente no papel por parecer que carrega o mundo nas costas. Rocky é considerado um herói, mas seus ombros são caídos, seu ar é triste e as noites eternas em seu restaurante vazio só provam sua infelicidade.
Problemas familiares
Assim como vimos em "Creed", Rocky continua sem ter uma boa relação com o filho Robert (Milo Ventimiglia). Vivendo sozinho, o viúvo cuida de um restaurante e o seu retorno para o boxe foi importante para que ele ocupasse a cabeça com aquilo que fez melhor na vida.
Em muitos momentos, o ex-boxeador retrata o paradoxo do ídolo: considerado quase um deus por muitos e com a vida pessoal despedaçada. A tentativa de conciliação com o filho acontece depois de muito tempo, o suficiente para que ele conheça o seu neto.
Claro que ele troca alguns socos
Balboa é o mentor de Adonis "Creed" Johnson, mas é inevitável que uma hora ou outra ele distribua alguns socos durante os treinamentos. A nostalgia fica ainda maior quando ele se lembra de momentos que aconteceram nos filmes anteriores, e é divertido entrar neste universo compartilhado de Rocky.
Mesmo mais lento pela idade, Stallone manteve a forma e isso se reflete no filme. Em uma das melhores cenas, ele e o seu pupilo treinam no deserto sob um calor intenso, tudo para se preparem para a luta que vai vingar de uma vez por todas Apollo Creed.
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