Por que é tão difícil adaptar o épico livro "Duna" para os cinemas?
Adaptar para o cinema ou para a TV grandes obras da literatura de ficção não é uma tarefa fácil. As mais de mil páginas da saga "O Senhor dos Anéis" precisaram de três filmes para serem contadas e os cinco livros de "Game of Thrones" foram retratados em oito temporadas de uma série de TV.
Do panteão das grandes obras da literatura, a ausência mais sentida é a monumental saga "Duna", de Frank Herbert, que, desde o seu lançamento, em 1965, vendeu milhões de cópias em todo mundo e se tornou um dos pilares da ficção científica moderna. Exceto pelo clássico filme "Duna", de 1984, que teve Sting no elenco e foi dirigido por David Lynch, a história nunca recebeu a devida atenção de Hollywood.
Antes, houve uma fracassada tentativa de adaptá-la para os cinemas pelas mãos do cineasta chileno Alejandro Jodorwsky, nos 1970, que envolveria a participação de pessoas como Moebius, H.R. Giger, Orson Welles, Mick Jagger, David Carradine e Salvador Dali com trilha sonora de Pink Floyd. A história deste projeto surreal e grande demais, até para os padrões de Hollywood, foi contada no documentário "Jodorowsky's Dune", de 2014.
Nos anos 2000, a saga ganhou uma minissérie de seis episódios para a TV, exibida pelo SyFy Channel. A adaptação, no entanto, foi prejudicada pelo seu baixo orçamento.
Assim como "O Senhor dos Anéis" e "Game of Thrones", "Duna" desperta em seus leitores um fanatismo além do normal. Sua intrincada história futurística envolve um império intergaláctico feudal, com casas nobres, intrigas políticas e religiosas e, é claro, muitas reviravoltas, traições e mortes. A influência da obra é vasta e é possível perceber que muitos de seus conceitos foram usados "Star Wars", como a ordem Jedi, por exemplo. Já as intrigas palacianas inspiraram "Game of Thrones".
No enredo, casas nobres de diferentes planetas devem lealdade a um poderoso imperador. A história se concentra no jovem Paul Atreides, cuja família assume a administração do planeta deserto Arrakis, também conhecido como Duna. Arrakis é a única fonte da especiaria Melange, a substância mais importante e valiosa do universo, que permite aumentar a expectativa de vida, entre outros benefícios.
Será que agora vai?
Mesmo assim, a adaptação de "Duna" para as telonas nunca foi fácil e diversas tentativas de transformá-lo em filmes ou séries de TV falharam. Para a alegria dos fãs, esta lacuna deverá ser sanada em breve pelas mãos do diretor Denis Villeneuve, o mesmo que, em 2017, assumiu a responsabilidade de fazer a continuação do aclamado "Blade Runner".
Brian Herbert, filho do autor Frank Herbert, disse no Twitter recentemente que recebeu o quarto rascunho do roteiro do filme. No texto, ele afirmou que o filme será dividido em mais de uma parte e que o primeiro cobrirá aproximadamente metade do romance.
Além do diretor Denis Villeneuve, o nome mais cotado para participar do filme é de Timothée Chalamet (de "Me Chame Pelo Seu Nome"), que deverá interpretar Paul Atreides.
De acordo com a revista "The Hollywood Reporter", Dave Bautista, que trabalhou com Villeneuve em "Blade Runner 2049", também deverá estrelar a produção, interpretando Glossu Rabban Harkonnen, o sádico sobrinho do barão Valdimir Harkonnen, que poderá ser interpretado por Stellan Skarsgård.
A atriz Charlotte Rampling também está na lista e é cotada para dar vida a Gaius Helen Mohiam, da ordem Bene Gesserit. A ordem Bene Gesserit foi uma das inspirações de George Lucas para a criação dos Jedi, por exemplo.
A expectativa do diretor é que as filmagens comecem ainda em 2019 e o filme seja lançado até 2021. Ao que parece, a nova adaptação tem tudo para dar certo e Denis Villeneuve tem nas mãos a tecnologia necessária para recriar futurístico universo imaginado por Frank Herbert.
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