O que a dupla João Mineiro & Marciano teve de hits faltou em questões pessoais
Uma das principais duplas dos anos 1980, dona de músicas atemporais como "Ainda Ontem Chorei de Saudade" e "Seu Amor Ainda é Tudo", ambas compostas por Moacyr Franco, anunciou separação em 1993.
No momento em que a música sertaneja passaria a ter um domínio jamais visto nos veículos de comunicação, a dupla acabou. O rompimento foi tão sério que Marciano só voltou a falar sobre o parceiro em 2012, quando João Mineiro morreu.
A forma repentina e dura com que a dupla se separou prejudicou o futuro dos artistas. O público não abraçou os novos projetos e o mercado seguiu o mesmo rumo. Durante quase 20 anos, um dos grandes fenômenos dos anos 1980 ficou esquecido.
A situação começou a mudar com a movimentação de sertanejos da nova geração. Foram esses artistas que, aos poucos, recolocaram Marciano no lugar dele:
Pelas mãos de Michel Teló, que o levou ao seu "Bem Sertanejo", quadro exibido no "Fantástico"; de Marcos & Belutti, que o convidaram para participar de um DVD em 2014, o mesmo que apresentou o sucesso "Domingo de Manhã"; de Victor e Leo, que o homenagearam durante o DVD gravado em Florianópolis, em 2012; e, por fim e talvez mais importante, Fernando e Sorocaba, que dedicaram mão de obra e dinheiro ao projeto "Lendas", que uniu Milionário, logo após a morte de José Rico, e Marciano.
Marciano morreu na madrugada desta sexta-feira (18) tendo sido reconhecido pelos artistas que se consagraram entrando na porta que ele mesmo ajudou a abrir lá atrás.
Ainda que o seu sucesso como cantor tenha sido estrondoso, ele fica na história também como autor de uma das músicas mais importantes para o sertanejo: ao lado de Darci Rossi, ele assina "Fio de Cabelo", canção que mudou a vida de Chitãozinho & Xororó e do mercado da música sertaneja como um todo.
Vale dizer que ele não gravou "Fio de Cabelo" porque seu parceiro, João Mineiro, achava a música "muito velha" para a época.
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