Retorno de "True Detective" abre ano crucial para a HBO
Com a estreia da terceira temporada de "True Detective", neste domingo (13), a HBO vai dar o pontapé inicial naquele que promete ser um dos anos mais decisivos para a sua história. Em 2019, a emissora tem um longo caminho que, entre a despedida da megaprodução "Game of Thrones", o adeus da celebrada "Veep" e a estreia de novas apostas, será crucial para assegurar seu posto de prestígio em meio a um mar crescente de concorrentes.
Por acaso, o momento coincide com a celebração dos 20 anos de "Família Soprano", que mudou definitivamente a história da HBO. A série de 1999, protagonizada pelo falecido James Gandolfini, deu início à chamada Era de Ouro da TV norte-americana e tornou a casa quase um sinônimo para TV de altíssimo nível, abrindo as portas para a emissora arrebanhar um mar de troféus no Emmy, o Oscar da TV americana.
Em duas décadas, muito mudou - em grande parte, porque a própria HBO conseguiu transformar a TV, antes renegada frente ao cinema, em um terreno fértil e criativo que atraiu atores, roteiristas e diretores do primeiro escalão de Hollywood. Produções como "The Wire" (2002) e "Deadwood" (2004) foram essenciais nesse processo, que se consolidou com o fenômeno de "Game of Thrones" (2011), que mais tarde se tornaria a série mais premiada da história do Emmy.
O cenário, claro, atraiu a concorrência. E ela não veio só das outras emissoras de TV por assinatura, como o Showtime, de "Homeland", ou o AMC, de "Mad Men" e "Breaking Bad". A Netflix entrou na briga para valer com sua primeira produção original, "House of Cards", que veio acompanhada de uma frase marcante do seu chefe de conteúdo, Ted Sarandos: "Queremos nos tornar a HBO antes que a HBO se torne a Netflix".
Cinco anos após a declaração, o serviço de streaming conseguiu empatar com a HBO no número de prêmios recebidos no Emmy 2018, quebrando o ciclo de 16 anos consecutivos em que a emissora foi a maior premiada da festa.
Novas apostas
Mas a HBO não pretende facilitar para a competição, mesmo tendo de enfrentar micos como "Vynil" (2016) e "Here and Now" (2018), ambas canceladas em suas primeiras temporadas após serem detonadas pela crítica.
O canal criou um serviço de streaming independente da TV a cabo em 2015 e viu seu número total de assinantes, on e off-line, bater recorde no ano retrasado - com 5 milhões a mais só nos Estados Unidos. Em 2019, é provável venha mais uma alta, embalada pela chegada da oitava e última temporada de "Game of Thrones".
A série baseada nos livros de George R.R. Martin é, há anos, o carro-chefe da emissora em termos de audiência. Em 2017, a consultoria Nielsen estimou que cada episódio da sétima temporada foi visto, em média, por 33 milhões de norte-americanos - um número bem expressivo. A expectativa é que o fenômeno se amplie com a conclusão da saga, cujos segredos vêm sendo guardados a sete-chaves pelo elenco e pelos criadores da série.;
A ideia de um futuro sem uma série o porte de "Game of Thrones" pode parecer o pesadelo de qualquer executivo; a HBO, no entanto, parece ter preparado a lição de casa: além de trabalhar em uma série derivada de seu grande hit, que ainda deve demorar a chegar, a emissora investiu em apostas de peso para 2019.
A mais ambiciosa é a série "Watchmen", baseada na HQ homônima de Alan Moore. O projeto tem grife: a adaptação para a TV foi encabeçada por Damon Lindelof ("Lost") e traz em seu elenco nomes como Regina King e Jeremy Irons.
Outro destaque é "Euphoria". Produzida pelo rapper Drake e estrelada por Zendaya, a série tem potencial para conquistar o público jovem
2019 também será de retornos de peso. A antologia "True Detective", elogiadíssima por sua primeira temporada com Matthew McCounaghey, agora tente exorcizar o seu malfadado segundo ano em uma terceira tentativa, liderada pelo vencedor do Oscar Mahershala Ali ("Moonlight"). A julgar pela recepção da mídia especializada, a série de Nic Pizzolatto voltou aos trilhos - o que pode indicar um futuro interessante para ela dentro da HBO.
A festejada "Big Little Lies", um dos destaques de 2017, também voltará às telas com seu elenco estrelado liderado por Reese Whiterspoon e Nicole Kidman - que agora ganham a ótima companhia de Meryl Streep. É um nome forte para o Emmy de 2020, já que os episódios estreiam após o período de elegibilidade para as indicações deste ano.
A esse elenco de séries, somam-se ainda as elogiadas "The Deuce" e "Veep", ambas retornando para sua nova temporada.
O que sair deste ano será essencial para determinar como será, enfim, a era pós-"Game of Thrones" da HBO -- e como ela vai se sobressair frente a uma concorrência fortalecida que ainda conta com Amazon Prime, Hulu (ambos já com produções premiadas) e o vindouro serviço de streaming da Disney.
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