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A história real de Paul Prenter, o vilão de "Bohemian Rhapsody"

Allen Leech como Paul Prenter em "Bohemian Rhapsody" - Divulgação
Allen Leech como Paul Prenter em "Bohemian Rhapsody"
Imagem: Divulgação

Beatriz Amendola

Do UOL, em São Paulo

20/11/2018 04h00

“Bohemian Rhapsody”, a cinebiografia de Freddie Mercury, trouxe seu grande vilão na figura de Paul Prenter (Allen Leech), que no filme é responsável por separar Queen e empurrar o vocalista em um estilo de vida regado a drogas e festas. Não foi bem assim na vida real, mas Prenter era, de fato, uma figura pouco querida pelos outros membros do Queen – e mais tarde vendeu informações sobre Mercury à mídia britânica.

Prenter trabalhava em uma rádio em Belfast, na Irlanda do Norte, quando conheceu Mercury. De acordo com o jornal “The Belfast Telegraph”, ele começou a trabalhar para o cantor em 1977, como seu assistente pessoal, e em certo ponto os dois se tornaram amantes.

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O relacionamento de Prenter com os colegas de Mercury era conflituoso, para dizer o mínimo. Em 1982, Roger Tayler e Brian May chegaram a culpar a “influência maligna” de Prenter pelo fraco desempenho do álbum “Hot Space”. O assistente também era criticado por dar pouca atenção às participações em programas de rádio, que na época eram importantes para estabelecer contato entre artistas e seus fãs.

Paul Prenter (à direita) na capa do tabloide News of the World, que reproduziu suas declarações sobre Freddie Mercury - Reprodução - Reprodução
Paul Prenter (à direita) na capa do tabloide News of the World, que reproduziu suas declarações sobre Freddie Mercury
Imagem: Reprodução

Ao contrário do que acontece no filme, porém, Prenter não levou Mercury a separar o Queen; tampouco ele foi demitido por não informar o cantor sobre os convites para o Live Aid. Mercury só rompeu com Prenter em 1986, o ano seguinte ao evento. À época, segundo o jornal “The Mirror”, Mercury estava se afastando da sua rotina festeira, o que ampliou os problemas com Prenter, que por sua vez começou a vazar informações confidenciais sobre o patrão e a banda.

A traição mais grave foi uma entrevista de Prenter ao tabloide The Sun -- e não a um programa de TV, como no longa. À publicação, ele expôs Mercury e seu parceiro, Jim Hutton, e fez diversos comentários sobre o estilo de vida do patrão, inclusive revelando que dois de seus parceiros anteriores haviam morrido de AIDS.

“É mais provável vê-lo andar na água do que com uma mulher”, disse Prenter. “Quando estávamos em turnê, era um homem diferente a cada noite. Ele ia dormir por volta das 6h, mas raramente sozinho”. Foi a gota d’água que o levou a ser demitido.

Prenter, que morreu vítima de complicações da AIDS, em 1991, é desde então considerado um “Judas” por fãs do Queen. Isso dificultou até o trabalho do ator Allen Leech, que teve dificuldades para encontrar alguém disposto a falar sobre seu personagem.

“Não conseguia achar ninguém que quisesse falar sobre ele, porque ele é muito vilanizado na comunidade do Queen e entre os fãs”, contou Leech ao jornal “Metro”. “Eu falei com Peter Freestone, que trabalhou ao lado dele para o Queen, e isso foi muito valioso para descobrir como Prenter era”.

16 Comentários

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Paul Prenter era um ser asqueroso. Todos que conviveram com ele, segundo as boas biografias sobre a banda, concordam com isso. Peter Freestone é uma boa referência

Visitante VIII

O filme foi maravilhoso,foi uma volta ao passado que eu conhecia.E o CANTANDO com o Bohemian Rhapsody também é lindo.....Muita música linda!Aconselho a vcs assistirem no Cinemark.Só está passando lá. Boa noite!

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