"Bohemian Rhapsody": 5 diferenças entre o filme e a vida real de Freddie Mercury e do Queen
O filme "Bohemian Rhapsody" está prestes a se tornar a cinebiografia musical mais bem-sucedida de Hollywood de todos os tempos. O longa conta a história do Queen e do lendário vocalista da banda, Freddie Mercury.
Em menos de duas semanas após a estreia, a obra já arrecadou US$ 294 milhões em todo o mundo, segundo o site de cinema Box Office Mojo, e parece destinada a bater recordes de bilheteria.
O guitarrista do grupo, Brian May, disse que "Bohemian Rhapsody" não é exatamente "um filme sobre o Queen, mas sobre Freddie".
Os críticos elogiaram, por sua vez, a performance do ator Rami Malek que interpreta o vocalista da banda. Mas destacaram que vários aspectos do filme não são fiéis à trajetória da banda e de seus protagonistas.
Quão preciso é o filme afinal? Os produtores argumentam que não se trata de um documentário e que, portanto, lançaram mão de algumas licenças poéticas.
A BBC lista para você cinco cenas do filme que aconteceram de forma diferente na vida real.
ALERTA: o texto a seguir revela informações sobre o roteiro de "Bohemian Rhapsody".
1. Como a banda se formou
Em "Bohemian Rhapsody", Freddie Mercury encontra o guitarrista Brian May e o baterista Roger Taylor pela primeira vez em 1970, durante um show do Smile, banda que deu origem ao Queen.
De acordo com o longa, isso aconteceu logo depois de o baixista e vocalista do Smile, Tim Staffell, deixar a banda - e inicialmente o grupo hesitou em aceitar Mercury.
Mas, na vida real, o vocalista conheceu seus companheiros de banda enquanto estudava arte e design no Ealing Art College, em Londres. Ele era amigo de Tim Staffell e logo se tornou fã do Smile. Quando Staffell deixou o grupo em 1970, Mercury se juntou a eles.
"Bohemian Rhapsody" faz parecer que o baixista John Deacon já fazia parte do grupo quando Mercury entrou, e que não houve outras mudanças depois disso. Na verdade, o vocalista convenceu May e Taylor a mudarem o nome da banda para Queen - e Deacon só se juntou a eles em 1971.
O filme também apresenta um personagem chamado Ray Foster, um executivo da gravadora EMI que teria recusado a música "Bohemian Rhapsody" porque era muito longa. Ele teria pedido ao grupo para fazer mais música comercial. Na realidade, segundo a revista Rolling Stone, não há evidências de que um Ray Foster tenha existido algum dia.
A publicação especula que o personagem do filme pode ter sido inspirado no chefe da EMI Roy Featherstone - embora, ao contrário do Foster do filme, Featherstone era um grande fã do Queen.
2. A vida amorosa de Freddie Mercury
Em "Bohemian Rhapsody", Mercury encontra sua namorada Mary Austin na mesma noite em que se juntou à banda em 1970. Mas, de acordo com a Rolling Stone, ele não se interessou por ela até se tornar líder do Queen.
O filme também recria como Mercury conheceu Jim Hutton, seu namorado de longa data - Hutton seria garçom em uma festa organizada por Mercury. Na realidade, eles se conheceram em uma boate na década de 1980, quando Mercury já era um astro.
Mas, em entrevista ao jornal The Times em 1984, Hutton disse que recusou uma bebida de Mercury porque não o reconheceu. Hutton trabalhava como cabeleireiro no Savoy Hotel. Quando se encontraram novamente em 1985, começaram um relacionamento que durou mais de seis anos, até a morte de Mercury, em novembro de 1991.
O próprio Hutton foi diagnosticado com Aids em 1990, mas morreu de câncer de pulmão em 2010, segundo o site IrishCentral.com.
Mas os espectadores não conseguem ver muito dele no filme porque "Bohemian Rhapsody" termina com o lendário show do Queen no Live Aid, festival que arrecadou fundos para combater a fome na Etiópia, logo após o reencontro.
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3. Quando Mercury contraiu Aids
Perto do fim do filme, Freddie Mercury descobre que tem Aids, e conta aos outros membros da banda antes do show do Live Aid. Essa cena traz um final emotivo para o filme, mas não é exatamente o que aconteceu.
De acordo com Hutton, o cantor descobriu que era portador da doença em 1987 - e só anunciou oficialmente em 23 de novembro de 1991, um dia antes de sua morte. Esta talvez seja a maior crítica em relação ao filme.
"Nunca vi um filme distorcer os fatos de maneira tão punitiva. É como se o filme quisesse castigar Freddie Mercury", escreveu Mike Ryan, do Uproxx, um conhecido site de entretenimento americano. "A morte trágica de Mercury em decorrência da Aids foi um momento marcante no início dos anos 1990 para a conscientização sobre a doença. Conectar a Aids com sua performance no Live Aid parece leviano e cruel", acrescentou.
4. Apresentação no Live Aid
Sem dúvida, a apresentação do Queen no show beneficente Live Aid em Wembley, em Londres, em 1985, foi a mais famosa da história da banda. De acordo com o filme, grupo se apresentou após um longo período sem se encontrar pessoalmente. Mas não foi o que aconteceu, já que no ano anterior a banda lançou um álbum, "The Works", e fez uma turnê mundial para promover o disco.
5. Separação?
Outra diferença significativa entre os fatos e o filme é que o Queen nunca se separou da maneira que "Bohemian Rhapsody" relata. No longa, Mercury assina um contrato solo por US$ 4 milhões sem contar aos outros membros da banda, o que gera tensão no grupo. Na sequência, o cantor diz que precisava dar um tempo da banda e que cada um seguiria seu próprio caminho.
Mas o que aconteceu na vida real é que a banda perdeu o entusiasmo em 1983, após passar uma década em turnê. Os integrantes concordaram em fazer uma pausa e se concentrar em suas carreiras solo.
De acordo com a biografia "Mercury", de autoria de Lesley Ann-Jones, a banda se dedicou a projetos individuais após o álbum "Hot Space", lançado em 1982.
No entanto, a revista "Rolling Stone" explica que os artistas não perderam contato e começaram a trabalhar em 1983 no álbum "The Works", que incluiu o grande sucesso "Radio Ga Ga".
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