A mulher que inspirou "Love of My Life" e herdou a fortuna de Freddie Mercury
Com "Bohemian Rhapsody" em cartaz nos cinemas, Mary Austin voltou para os holofotes. A mulher que namorou Freddie Mercury na década de 1970 é retratada no filme por Lucy Boynton e teve papel fundamental na vida do vocalista do Queen. Quando morreu, Freddie deixou boa parte da sua fortuna para ela. E isso desagradou muita gente.
Aos 19 anos, Mary era uma vendedora da butique londrina Biba, um dos lugares mais descolados da capital inglesa na época. Freddie e o guitarrista Brian May sempre iam para lá observar as garotas, e o cantor acabou se apaixonando pela jovem, como mostrou o documentário "Freddie Mercury: The Untold Story". "Ele era diferente de todos [os homens] que eu tinha conhecido", disse ela para o "Daily Mail" em 2013. "Ele era confiante, de um jeito único. Nós crescemos juntos".
O casal namorou por seis anos, e o relacionamento ainda deu fruto para uma das músicas mais importantes do Queen: "Love of My Life". A homenagem do cantor para a amada foi lançada em 1975, e falava da importância de Mary para Freddie. "Todos os meus amantes me perguntavam por que eles não conseguiam ocupar o lugar de Mary, mas é simplesmente impossível", disse o vocalista em 1985. "A única amiga que tenho é Mary, e não quero mais ninguém. Para mim, ela é minha mulher. Para mim, foi um casamento. Nós acreditamos um no outro, isso é o suficiente para mim".
O casamento cancelado
Freddie chegou a pedir Mary em casamento com um anel de jade em 1973, mesmo ano que o Queen lançou o primeiro disco. O noivado acabou após o cantor revelar para a amada que era bissexual.
Mary percebeu que ele estava chegando sempre tarde em casa e pensou que estivesse tendo um caso com outra mulher, quando Freddie a chamou para conversar. "Jamais vou esquecer daquele momento. Sendo um pouco ingênua, demorou para eu perceber a verdade. Ele se sentiu bem sobre finalmente contar que era bissexual, mas eu lembro que falei para ele: 'Não, Freddie. Não acho que você seja bissexual. Acho que você é gay'", disse Mary ao "Daily Mail".
O cantor a abraçou e disse a ela que queria Mary fazendo parte de sua vida. "Eu nunca o questionei [sobre sua sexualidade], mas acho que ele começou a pensar nisso. Provavelmente ele queria se casar, mas começou a se perguntar se seria justo ser comigo. Se ele não tivesse sido um ser humano tão decente e me dissesse isso, eu não estaria aqui. Se ele continuasse tendo uma vida bissexual sem me avisar, eu teria contraído Aids e morrido".
Freddie e Mary não se desgrudaram mais, especialmente quando a saúde do vocalista do Queen já estava fragilizada. Mary estava ao lado do companheiro em novembro de 1991, quando o músico morreu, aos 45 anos, por complicações relacionadas ao vírus HIV. "Ele a manteve por perto quando adoeceu", escreveu Mark Blake na biografia "Is This the Real Life?: The Untold Story of Freddie Mercury and Queen". "Mary provavelmente era boa em deixá-lo inteiro. Ela esteve lá antes do dinheiro e da fama, e esteve no final também".
Polêmicas sobre a fortuna
Freddie deixou para a mulher boa parte de seus bens, começando pela mansão no estilo georgiano em que o cantor passou seus últimos anos em Garden Lodge (avaliada atualmente em quase R$ 100 milhões) e metade de sua fortuna, além dos futuros dividendos de direitos autorais. Freddie dividiu a outra metade do testamento com o companheiro Jim Hutton; seu assistente pessoal, Peter Freestone; e seu cozinheiro, Joe Fanelli. O restante do patrimônio foi rachado por igual entre a irmã e os pais.
Mary seguiu sua vida pessoal após o término do relacionamento com Freddie. Ela teve dois filhos com o pintor Piers Cameron, sendo Freddie o padrinho de seu primogênito. Anos depois, se casou com o empresário Nick Holford e o relacionamento durou cinco anos.
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Nos anos 90, Mary se viu envolvida em novas polêmicas por causa da fortuna deixada para ela no testamento do líder do Queen. Outros familiares, amigos de Freddie e até os integrantes do Queen não ficaram contentes com a atenção recebida por Mary após a morte de Freddie. "Eu me peguei pensando: 'Freddie, você me deixou tanto [dinheiro] e tantas coisas para lidar'. Ele tinha me avisado que a a casa seria um desafio muito grande de lidar. E senti a inveja na mesma hora. Foi muito doloroso", disse Mary ao "Daily Mail".
"Freddie foi muito generoso com eles [os membros do Queen] nos últimos anos de sua vida e não acho que eles abraçaram esta generosidade. Não acho que eles apreciaram ou reconheceram o que Freddie deixou a eles. Ele deixou para a banda 25% dos últimos álbuns, o que ele não precisava. E nunca ouvi nada deles", completou Mary.
Por pedido de Freddie, Mary também foi responsável pelo ritual com as cinzas do líder do Queen, mas nunca revelou o local onde foram jogadas. "Os fãs podem ser profundamente obsessivos. Ele quis se manter em segredo e vai continuar assim".
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