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"The Walking Dead" encara prova de fogo em sua 9ª temporada

Daryl (Norman Reedus), Michonne (Danai Gurira) e Rick (Andrew Lincoln) na nona temporada de "The Walking Dead" - Divulgação
Daryl (Norman Reedus), Michonne (Danai Gurira) e Rick (Andrew Lincoln) na nona temporada de "The Walking Dead"
Imagem: Divulgação

Beatriz Amendola

Do UOL, em São Paulo

07/10/2018 04h00

Este domingo (7) promete ser de fortes emoções – ainda mais se você acompanha “The Walking Dead”. A série retorna para sua nona temporada, exibida pela Fox, no momento mais delicado de sua história, com uma audiência em declínio já há dois anos e a iminente saída de seu protagonista, Andrew Lincoln.

Conduzido por uma nova showrunner, Angela Kang, o novo ano será uma verdadeira prova de fogo para a produção, que é a galinha de ovos de ouro da emissora americana AMC. Produtores e executivos nunca hesitaram em espalhar aos quatro ventos a vontade de que a série perdurasse por décadas; mas esta temporada será decisiva para determinar quais as chances reais deste desejo se transformar em realidade – ou não.

“TWD” vem patinando nos números desde sua sétima temporada, que marcou as despedidas de Glenn (Steve Yeun) e Abraham (Michael Cudlitz) e deu mais projeção ao vilão Negan (Jeffrey Dean Morgan). A oitava já não estreou bem, mas a situação ficou ainda pior após a morte de Carl (Chandler Riggs), exibida em fevereiro deste ano. Daí em diante, a série ficou na casa dos seis milhões de espectadores por episódio, o patamar mais baixo desde sua segunda temporada, exibida em 2011. O final da temporada foi o segundo pior de sua história, superando apenas o da primeira.

A debandada de audiência não é à toa: a trama tornou-se repetitiva, estagnada na fórmula que opõe a comunidade de Rick a um grande vilão externo, e arrastada, com episódios em que quase nada acontece; e as cenas de ação deixaram a desejar, com sequências confusas. Tampouco caiu bem a opção por matar personagens queridos do público com Glenn e Carl – principalmente este último, que está vivo nos quadrinhos que deram origem à série.

Futuro sem Rick?

Ainda que haja um bom motivo por trás da saída de Andrew Lincoln – o ator deseja passar mais tempo com sua família –, a reação negativa do público após seu anúncio indica que a situação não deve melhorar tão cedo. O xerife Rick Grimes é, sem dúvidas, o principal rosto da série desde sua primeira temporada – e foi seu fio narrativo que manteve “The Walking Dead” seguindo em frente em meio às dezenas de coadjuvantes que iam e vinham ao seu redor. A história da série se confunde com a de Rick, o que explica porque tantos fãs foram às redes sociais dizendo que, sem Lincoln, ela deveria chegar ao fim.

Rick e Maggie no primeiro episódio da 8ª temporada de "The Walking Dead" - Divulgação - Divulgação
Rick e Maggie devem se despedir em breve
Imagem: Divulgação

Não ajuda que Lauren Cohan, a Maggie, também esteja em vias de deixar a série. Após uma longa disputa salarial, ela firmou contrato com a série “Whiskey Cavellier”, que deve estrear ainda este ano. Sua participação na nona temporada foi reduzida, e ela aparecerá em cerca de metade dos episódios. É uma pena, visto que Maggie surge como uma força de oposição interna na nova temporada, o que abre um leque de possibilidades interessantes para "Walking Dead".

A troca de showrunners, com Angela  Kang assumindo o posto que foi de Scott M. Gimple, traz uma grande oportunidade para “TWD” se reinventar. O que se tem anunciado até agora, porém, são as mesmas promessas vazias que fãs e críticos escutam há anos: mortes surpreendentes (ainda é possível surpreender alguém com isso?), uma nova vilã implacável, episódios “diferentes de tudo o que vocês já viram”. 

O discurso de mudança pode até ter funcionado como chamariz para manter alguns fãs fiéis nos últimos dois anos. Sem Rick para ancorar a produção, no entanto, o futuro de “TWD” corre um sério risco se as promessas não forem cumpridas. 

"The Walking Dead"
Onde: Fox e Fox Premium
Quando: Domingos, às 22h30