Atriz vê responsabilidade em fazer a 1ª super-heroína trans da TV
Na próxima temporada de “Supergirl”, Nicole Maines terá um papel histórico: a atriz, que é transexual, interpretará a primeira super-heroína trans da história da TV, Dreamer. E, em entrevista à revista “Variety”, ela contou que está nervosa com a grande responsabilidade que tem pela frente.
“Parece apropriado dizer que com grandes poderes vêm grandes responsabilidades. Estou nervosa porque quero fazer do jeito certo”, disse Maines.
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A atriz espera que o novo papel ajude a melhorar a representação de pessoas transexuais na televisão.
“Nós podemos ser quem nós quisermos, podemos fazer o que quisermos: podemos ser super-heróis, porque, de muitas formas, nós somos. Temos a representação de pessoas trans na TV já há um tempo, mas não tem sido a representação correta”, afirmou, notando que, em muitos casos, essas personagens são viciadas em drogas ou trabalham com prostituição: “São homens de vestidos, e isso foi prejudicial por muito tempo”.
“Acho que estamos em uma época em que, mais do que nunca, a representação na mídia importa. E o que vemos na televisão tem um efeito muito dramático na sociedade”, completou.
Maines inclusive opinou sobre a controvérsia que se instaurou recentemente quando a atriz Scarlett Johansson foi anunciada para o papel de um homem trans no filme “Rub & Tug” – do qual ela abriu mão dias depois.
“Acho que os atores cisgêneros [que se identificam com os gêneros com os quais nasceram] não pegam esses papéis por mal, é apenas uma falha em reconhecer o contexto que leva pessoas cis a fazer personagens transgêneros”, disse, antes de citar a diferença com que são encarados os papéis de personagens trans e os personagens homossexuais. “Não vemos a mesma coisa com a orientação sexual, vemos pessoas cis aturem como gays o tempo todo. E isso acontece porque não há um barulho em torno disso – não há tanto o discurso de que eles estão se exibindo, se fantasiando, fingindo”.
“Você tem que pensar no contexto. Como pessoas trans, muitas pessoas nos acusam de nos fantasiarmos, por qualquer motivo que seja, e isso não é verdade. Ter pessoas trans em papéis trans mostra que nossas identidades são válidas e que nós existimos. Então quando temos atores cis fazendo personagens trans, isso propaga o estereótipo de que estamos só nos fantasiando, o que não é verdade”.
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