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"Anitta será a próxima Ivete", diz o presidente do Rock in Rio, Roberto Medina

Roberto Medina, presidente do Rock in Rio, posa para fotos na área VIP do festival em Lisboa - Felipe Branco Cruz/UOL
Roberto Medina, presidente do Rock in Rio, posa para fotos na área VIP do festival em Lisboa Imagem: Felipe Branco Cruz/UOL

Felipe Branco Cruz

Do UOL, em Lisboa (Portugal)

25/06/2018 04h00

O primeiro final de semana da oitava edição do Rock in Rio Lisboa terminou neste domingo com uma certeza: o festival já é tão português quanto brasileiro. No país, o evento já virou tradição e ajuda a movimentar a economia e o turismo local.

Neste primeiro final de semana, em que as principais atrações eram Muse e Bruno Mars, foi Anitta quem se destacou. Sem medo de encarar uma multidão de 85 mil pessoas, ela subiu no Palco Mundo e cumpriu o que havia prometido mais cedo: rebolar e botar funk para tocar.

Em conversa com o UOL, o presidente do Rock in Rio, Roberto Medina, foi enfático ao analisar o sucesso da cantora. "Eu tenho certeza que a Anitta será a próxima Ivete e é obrigação do Rock in Rio estar junto a ela".

Medina minimizou ainda o fato de o festival nunca ter escalado uma funkeira antes. "Eu nunca tinha dito que não gostava de funk ou da Anitta. Eu faço pesquisas e na hora de escolher o que vai tocar no Rock in Rio não sigo o que eu gosto de ouvir. Não interfiro na programação".

Além de Anitta, também tocaram neste final de semana os brasilerios Anavitória, Rael, Emicida e Manu Gavassi (que fez uma participação especial no show do português Agir). Na semana que vem, será a vez de Ivete Sangalo.

Rock in Rio ainda mais internacional

Além do Brasil e de Portugal, o Rock in Rio também já foi realizado em Madri, na Espanha, e em Las Vegas, nos Estados Unidos. Porém, nos dois lugares, o evento não vingou. "Quero voltar para os Estados Unidos, mas não para Las Vegas. Aquela cidade é uma coisa estranha. Há muita oferta e não conseguimos ter uma força", contou Medina.

Sobre Madri, ele disse que não gostou do mercado de lá. "Mais da metade dos espanhóis não acredita na globalização. É muito difícil levar algo de fora para o país".

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Os planos de expansão, no entanto, continuam. Medina revelou que quer levar o Rock in Rio para a Argentina e Alemanha. "Temos que esperar que a crise da Argentina também acabe antes de irmos para lá". Sobre a Alemanha, ele disse que os planos já estão bastante avançados. "Vai acontecer na Alemanha", afirmou, embora não tenha dito quando.

Outro país que entrou no radar de Medina para uma possível edição internacional é a Índia, talvez na cidade de Bombaim. "Alguns indianos vieram nos procurar para estudarmos a possibilidade. Mas a Índia é muito diferente do ocidente e ainda estou tentando entendê-la".

Medina voltou a falar também sobre a violência que assola o Rio de Janeiro. "No ano passado, uma via que dava acesso à Barra da Tijuca foi fechada durante o Rock in Rio por causa de um tiroteio na Rocinha. Isso mexeu comigo. Eu fiquei pensando: enquanto muitos se divertem aqui, logo ali do lado está acontecendo essa violência toda", disse.

A violência foi o que motivou Medina a criar no próximo Rock in Rio um espaço chamado Favela, onde serão realizados shows só com artistas das comunidades. "Sou completamente apaixonado pelo Rio de Janeiro e estou me dedicando mais a este projeto Favela do que ao palco Mundo".