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Ode à diversidade, Milkshake Festival faz luta em forma de celebração em SP

Guilherme Machado

Do UOL, em São Paulo

03/06/2018 04h00

No início da tarde, o Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, ainda estava bastante vazio. Com o cair da noite, o espaço se encheu com cada vez mais pessoas, que chegavam para curtir as atrações do Milkshake Festival, voltado para o público LGBTQ+.

Um show da cantora Wanessa de um lado, que fez o público vibrar, uma competição para escolher a melhor Drag Queen.

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Foi assim que o evento se desenrolou: trazendo muita cor, energia e louvando a diversidade, que atravessaram os quatro palcos distintos que foram montados.

O clamor pelo respeito e igualdade permeou as apresentações, que foram vistas por cerca de 15 mil pessoas, segundo a organização do evento.

Em um show nostálgico, Simony, à frente do Balão Mágico, torceu para que as pessoas pudessem a aprender a respeitar as outras “como elas são”. Preta Gil pediu por um mundo em que ódio não tivesse mais espaço.

Daniela Mercury, que fez o chão tremer com suas batidas poderosas, fez um discurso ainda mais política: chamou a atenção dos políticos e disse que queria “Pabllo Vittar para presidente”.

“Acho o festival genial. É um jeito muito afro-brasileiro de se empoderar. A parada, os festivais, a cultura é muito importante, é a forma que a gente tem de trazer mensagens de uma maneira positiva, de uma maneira interessante, bela. A arte já traz diversidade naturalmente”, declarou Daniela durante uma conversa com jornalistas antes de subir ao palco.

A opinião de Daniela também é defendida por Preta Gil, que se apresentou com um vestido com as cores do arco-íris.

“[O festival] É mostrar que a gente está unido, que a gente é forte, que continua lutando, que nossa luta está só começando, e que a sociedade tem que olhar pra gente com mais amor, respeito. É uma luta, essa festa existir é uma representatividade da nossa luta”, afirma a cantora.

O público também reverbera a opinião dos artistas. “Espero que tenho muitos anos, achei a programação muito legal. Acho que é uma forma de representatividade tanto política quanto social”, opina Denise Oliveira, 38.

Heitor Person, 40, também vê a representatividade como um diferencial do Milkshake: “Mostra várias nuances do mundo LGBT em um lugar só, isso acaba unindo as pessoas.

Salete Campari, uma das Drag Queens mais famosas do Brasil e uma das juradas do concurso de Drags, concorda que o festival permitiu unir vários grupos.

“Essa junção é maravilhosa, mas a comunidade precisa abraçar. Precisa a comunidade acreditar que é feito pra gente”, enfatiza.

A festa atingiu sua auge em um show apoteótico de Pabllo Vittar, acompanhado por uma multidão, que rebolou junto com a cantora, que não parecia perder em um só momento toda sua energia, enquanto pulava incontrolavelmente.

“É onde a gente tem espaços que a gente tem pra colocar artistas que são LGBT em evidência e mostrar que o trabalho da gente além de trazer alegria, traz representatividade, traz empoderamento para essa galera que está aí”, disse Pabllo ao UOL.

Após ter seu show interrompido, Wanessa sentou na borda do palco Imagem: Thiago Duran/AgNews

Nem tudo é arco-íris

Alguns problemas ocorreram no festival. Durante o show de Pabllo, um dos outros palcos acabou ficando praticamente vazio. Além disso, houve alguns problemas de som no show da cantora Gretchen.

Mas a maior saia justa ocorreu durante o show de Wanessa, que, após entrar atrasada e estourar o tempo, teve o microfone desligado e não conseguiu encerrar a apresentação. Nos bastidores, a cantora demonstrou frustração e sua mãe, Zilu Camargo, reclamou da situação.

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