Atores de "3%" torceram para não morrer na nova temporada
Primeira série da Netflix “made in Brazil”, “3%” voltou maior e melhor para sua nova temporada – e cheia de segredos.
Se os primeiros episódios da produção, em 2016, foram dedicados ao Processo que seleciona a porcentagem do título, os novos, que foram disponibilizados na última sexta-feira (27), se propõem a explorar a fundo os dois mundos opostos que convivem no universo da série: o miserável Continente e o utópico Maralto. O resultado? Reviravoltas que surpreenderam até os protagonistas da produção. Mas não se preocupe: não vamos dar nenhum spoiler neste texto.
“A segunda temporada vem já nos primeiros episódios com muita revelação. Muitas coisas são reveladas. Até segredo que você nem sabia que era segredo”, diz Bianca Comparato, a Michele, em conversa com o UOL.
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“A mente do Pedro Aguilera é uma coisa muito doida”, brinca Rodolfo Valente, o Rafael, referindo-se ao co-criador da trama. “A gente fica sempre muito doido pra ler os roteiros. E quando chega é essa reação: ‘Meu Deus!’. Tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, e todos os personagens são muito complexos”.
Foram tantos momentos chocantes que as estrelas da série torceram para não morrer enquanto liam os roteiros da nova temporada. “Todo ator de série vai lendo o roteiro pensando ‘não vai ser agora que eu vou morrer, não vai ser agora’”, conta Vaneza Oliveira, a Joana – dona de algumas das cenas mais tensas do seriado.
Rodolfo também ficou apreensivo com a possibilidade do seu personagem dar adeus à trama: “Eu li tudo muito, muito rápido, e pensando assim ‘tomara que não morra, que não morra’; ‘Ai meu Deus, morri aqui!’, ‘Não morri, graças a Deus’”.
Diferentemente do que acontece em outras produções conhecidas por manter os atores no escuro, como a intrigante “Westworld”, da HBO, os atores de “3%” souberam logo de cara o que os esperava na nova temporada. “A gente precisava saber, se não a gente acaba numa cena revelando o que não era pra revelar”, nota Bianca. “Pra ficar legal e com a energia boa pro público, a gente teve que ensaiar muito pra saber exatamente os momentos de revelar”.
Uma das novas adições ao elenco da série, Bruno Fagundes teve a ajuda da veterana Bianca nas cenas-chave da trama. “A gente escolheu formas de fazer para que ficasse ou parecesse mais surpreendente. É um trabalho de escolha, é um trabalho bastante consciente e a gente fez isso juntos. A gente se ajudou muito, a Bianca me ajudou demais, foi maravilhoso”.
Novas caras
Além de Bruno, a segunda temporada de “3%” trouxe outros nomes que fizeram fama na Globo para a história: Fernanda Vasconcellos, Maria Flor, Silvio Guindane e Laila Garin – cada um responsável por iluminar um novo aspecto do universo distópico em que se passa a série.
“Esses novos personagens trazem um caldeirão de história que a gente nem imagina”, analisa Vaneza. “Em nenhum momento na primeira temporada dá a ideia de que vai chegar a esse lugar. a segunda temporada me surpreendeu muito em estrutura e profundidade”.
Fernanda, Maria e Silvio ajudam a descortinar como o Maralto surgiu, na pele de três envolvidos na criação do local idílico para onde vão os 3% do título que conseguem passar em um árduo processo seletivo.
O trio aparece em apenas dois episódios, mas foi o suficiente para deixar as atrizes pensando – especialmente Fernanda, que interpreta Laís. “Na minha cabeça, a
Laís não tem dúvida de que aquilo que ela criou é a melhor coisa que ela pode fazer para toda a humanidade. Mas a gente tem que tomar cuidado com essas pessoas que idealizam coisas em nome de toda a humanidade”.
“A utopia, no meu entendimento, é querer controlar tudo o que é humano”, completa. “Com medo de deixar o ser humano criar todo o destino, você deixa as pessoas num núcleo totalitário, você tira dela o que é espontâneo, e isso pode ter uma consequência bem desastrosa”.
Já Laila Garin dá vida a Marcela, uma comandante militar do Maralto. “É aquele discursinho: ‘é um presente...’ Mas é um presentão mesmo, porque eu nunca tinha feito uma vilã e cheguei na série num momento muito legal. Todos eles falam que deu um upgrade, um passo legal”, conta.
A atriz se divertiu com a preparação para o pape: “Nunca fiiz uma vilã assim. Fiz uma pessoa meio escrotinha [risos]... Foi um grande barato, porque tinha até umas referencias de desenho animado, de brincar com essas coisas de vilã; outras vezes não, era com referências mais realistas”.
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