Topo

Primeira série da Netflix no Brasil,"3%" dá salto de qualidade em nova temporada

Michele (Bianca Comparato) encontra um novo personagem, vivido por Bruno Fagundes, em cena da segunda temporada de "3%" - Divulgação
Michele (Bianca Comparato) encontra um novo personagem, vivido por Bruno Fagundes, em cena da segunda temporada de "3%"
Imagem: Divulgação

Beatriz Amendola

Do UOL, em São Paulo

27/04/2018 04h00

Foi impossível ficar indiferente a “3%”, primeira série brasileira com o selo de “original Netflix”, quando ela estreou no final de 2016. Rapidamente recebida por um séquito de fãs leais enquanto apanhava da mídia especializada, a produção despertou paixões até em quem nunca a viu. Mas o mais importante, ela conseguiu: o sinal verde para uma segunda temporada, que estreia nesta sexta-feira (27) trazendo um expressivo salto de qualidade que deve ajudar a série a ampliar sua base de fãs.

A diferença que se sobressai logo nas primeiras cenas está no visual. Cenários e figurinos estão notavelmente mais ricos, elaborados e bem-acabados, no que provavelmente é consequência de um orçamento mais generoso. A primeira temporada, de oito episódios, teve um custo total estimado em R$ 10 milhões, um valor ínfimo perto do que é gasto em Hollywood. O UOL questionou a Netflix sobre o possível aumento para a segunda temporada, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

Leia também

A história, agora em dez episódios, ganha uma condução mais segura e é beneficiada com a decisão do criador Pedro Aguilera e do time de roteiristas de se aprofundar na mitologia da série. O processo infernal que seleciona os 3% do título, ponto central da primeira temporada, agora dá a vez à origem e à vida cotidiana do Maralto, o lugar idílico para onde vão os aprovados, e aos planos da Causa, organização rebelde que se opõe ao sistema de vigilância e separação social que mantém a utopia bem distante do Continente, lugar miserável onde vive a maioria da população.

Agora, o clima da série é menos “Jogos Vorazes” e mais thriller de ação -- mas entre sequências de mais adrenalina, as motivações e as contradições dos dois lados opostos da trama ganham profundidade. Há ainda um punhado de reviravoltas interessantes que mantêm o ritmo da trama ágil e deixam o espectador grudado no sofá, como é propício para quem gosta de fazer maratonas, com um episódio atrás do outro.

O elenco, encabeçado por Bianca Comparato, também está significativamente mais à vontade, no que talvez seja um efeito da chegada do veterano Phillipe Barcinski (“Não Por Acaso”, “Velho Chico”) ao time de diretores – ao qual César Charlone, diretor geral da primeira temporada, não retornou. Vez ou outra, ainda aparecem falas que soam declamadas e teatrais, mas elas são a exceção.

Os atores ainda ganham reforços de novos colegas, entre os quais estão Fernanda Vasconcellos, Maria Flor, Silvio Guindane e Bruno Fagundes. Embora seus tempos de cena não sejam particularmente grandes, os quatro desempenham um papel fundamental em revelar os segredos do Maralto. Mas o maior destaque vai para Laila Garin, que surge como uma nova força da série na pele da comandante militar Marcela. 

Divertida e instigante, a nova temporada de “3%” é bom entretenimento. Se você está no time dos que gostaram da série desde a primeira, pode continuar assistindo; E se você está entre os que torceram o nariz, vale a pena dar uma chance aos novos episódios.

Olá, UOL Entretenimento Veja o trailer da segunda temporada de "3%"

UOL Entretenimento