Lana Del Rey prova que não é só com beat acelerado que se arrasta multidão

Lana Del Rey provou que não é só com canções pop agitadas e catárticas que se arrasta uma multidão. Se no dia anterior no Lollapalooza Brasil 2018 o Imagine Dragons havia reunido um dos maiores público deste ano no festival, a cantora juntou uma muvuca ainda maior lançando mão apenas de baladas da mais pura sofrência. Uma fossa completa, porém com muita elegância e sensualidade.
Assim que subiu ao palco, Lana avistou a multidão e deixou de cantar os primeiros versos de "13 Beaches". Demonstrando espanto, apenas disse: "São Paulo, vocês realmente apareceram".
A única artista mulher a aparecer entre os headliners do festival este ano, que termina hoje no Autódromo de Interlagos, defendeu bem o espaço nobre e foi ovacionada do começo ao fim.
Musa da sofrência
Na última passagem pelo Brasil, dentro do extinto Festival Planeta Terra, em 2013, Lana pouco se movimentava no palco. Na época, a cantora estava no topo do mundo com o primeiro disco, “Born to Die”, mas apesar da base de fãs, era alvo de memes que caçoavam da pouco desenvoltura facial e corporal.
Cinco anos depois, Lana demonstrou estar mais à vontade, embora seu forte ainda seja a sobriedade: uma diva com olhar impassível que canta versos sobre amores suicidas sob bases eletrônicas discretas.
Nesse universo, que parece saído de um filme noir, apenas o carão sensual e melancólico dessa femme fatale era o bastante para arrancar gritos que chegavam a altos decibéis, especialmente quando ela se agachava e sensualizava no palco. Ao se deitar no chão para cantar “White Mustang”, os fãs foram a loucura: “Lana, eu te amo”.
Ela apareceu morena e toda de preto, com um vestido curto e botas. Cercada pela banda em um cenário onírico e tropical, cheio de plantas, ela aproveitou para cantar “Vídeo Games” sentada em um balanço.
Lana é afinada e carinhosa com o público -- ela foi à grade e distribuiu beijos ao cantar os primeiros sucessos, “Born to Die” e “Blue Jeans”.
Um fã que estava bem próximo à grade ainda levou um selinho da popstar.
Teve até espaço para a introdução de “Scarborough Fair”, canção conhecida do repertório de Simon & Gurfinkel.
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Um cigarro, por favor
Na parte final, se agachou para falar com a plateia: “Temos mais alguns minutos, o que podemos fazer?”. No gargarejo, o pedido por “Serial” foi unânime. “Se é isso que vocês querem, me perdoem se eu esquecer algumas partes”, disse, antes de introduzir a canção.
O público aproveitou a disposição da diva e cantou “Get Free”, música que a fez ser acusada de plágio de "Creep", do Radiohead. Ela sorriu: “Vocês têm certeza?” Sem perder a pose para sofrer com elegância, pediu: “Preciso de um cigarro então”. Depois de alguns tragos, se sentiu inspirado e se despediu com “Summertime Sadness”.
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