Governo do Rio decreta luto de três dias por morte de Carlos Heitor Cony
O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, decretou oficialmente luto de três dias no estado pela morte do jornalista Carlos Heitor Cony. O escritor, jornalista e colunista da "Folha de S.Paulo" morreu na noite de sexta-feira (5), por volta das 23h, aos 91 anos.
Em comunicado divulgado na tarde deste sábado, Pezão afirmou que "Cony foi um crítico de primeira hora do autoritarismo e da censura do regime militar".
Leia a nota na íntegra:
"O jornalismo e a literatura perderam um de seus nomes mais importantes. Com uma trajetória brilhante em jornais, revistas, TV e rádio, Carlos Heitor Cony foi um crítico de primeira hora do autoritarismo e da censura do regime militar. Também deixou como legado uma obra de ficção marcante. Neste momento difícil, quero prestar minhas condolências à família, aos amigos e admiradores de Cony. E, como homenagem a esse grande carioca, decreto oficial luto de três dias no estado do Rio de Janeiro."
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Pelo Twitter, o presidente Michel Temer lamentou a morte de Cony, a quem chamou de "um dos mais cultos e preparados pensadores nacionais."
O MinC (Ministério da Cultura) também se manifestou oficialmente e disse que recebeu a notícia com pesar. "O Ministério da Cultura manifesta sinceros sentimentos de pesar à família, amigos, colegas e admiradores de seu trabalhou."
O ministro da Secretaria-Geral, Moreira Franco, também divulgou nota de pesar afirmando que o escritor "ajudou minha geração a amar a democracia". "O pesar foi grande. Foi-se C.H. Cony, testemunho dos anos duros do regime militar. Cony esteve do começo - com memorável atuação no Correio da Manhã - ao fim com militância intelectual, política. Ajudou minha geração a amar a democracia, respeitar o contraditório, sonhar com a liberdade".
Problemas de saúde
Cony estava internado no Hospital Samaritano, em Botafogo, na zona sul do Rio, desde o dia 26 de dezembro devido a problemas no intestino e teve falência de múltiplos órgãos. A informação foi confirmada ao UOL pela ABL (Academia Brasileira de Letras). O local do velório e do enterro ainda não foram definidos.
Cronista ácido e de humor peculiar, Cony foi vencedor de três prêmios Jabuti e era o quinto ocupante da cadeira de número 3 da ABL desde 2000. Seu romance mais famoso, "Quase Memória", foi publicado em 1995 e vendeu mais de 400 mil exemplares.
Ainda que tocando em temas políticos, a obra de Cony tinha como foco, antes de mais nada, as relações humanas. E o modo como tratou esses temas deu ao autor a pecha de pessimista inveterado.
Em 2001 foi diagnosticado com um câncer linfático e, por causa da quimioterapia, ficou com dificuldade de locomoção, perdeu força nos braços e nas pernas. Em 2013, levou um tombo na Feira de Frankfurt, na Alemanha, e desde então já não se sentia tão bem: a queda fez um coágulo na cabeça e aumentou os cuidados com a saúde.
Cony era casado com Beatriz Latja e tinha três filhos: Regina, Verônica e André.
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