Baby e Armandinho ignoram protestos e dão ares de Carnaval à Virada
Últimas atrações do palco Júlio Prestes, o guitarrista Armandinho, mestre da guitarra baiana, e a cantora Baby do Brasil trouxeram ares de verão e Carnaval à fria noite paulistana.
No palco, cada um teve seu momento individual. Guitar hero brasileiro, Armandinho, conhecido também como um dos precursores do trio elétrico, apresentou uma espécie de resumo da carreira, com direito a clássicos como "Zanzibar", " Beleza Pura" e covers de Santana e Michael Jackson.
Apesar (ou por causa) da maestria instrumental, os shows na Júlio Prestes deram uma esfriada com o instrumentista.
Era nítida a dispersão do público, que compareceu em maior número nos shows anteriores de Ney Matogrosso e Alcione, mostrando que a escalação do palco talvez tivesse feito mais sentido se viesse invertida.
A plateia só voltou ao ânimo quando Baby subiu ao palco, depois que os gritos "Fora Temer", marca da Virada, voltaram a ser entoados, antes da clássica "Menino do Rio".
Acompanhada de Armandinho ao bandolim, ela protagonizou um dos momentos mais belos e de maior cantoria do evento, assim como fez com Pepeu ano passado do Rock in Rio.
"Sempre foi um sonho tocar com o Armandinho", disse Baby, relembrando os primeiros encontros com o músico nos anos 1970, nos tempos de Novos Baianos.
Na Virada Cultural, o repertório da dupla junta frevos e choros, como "Brasileirinho", e incluiu obrigatórias releituras de Novos Baianos, como "Tinindo Trincando" e "A Menina Dança".
Ao avistar os cartazes contra o presidente Temer no público, Baby foi política, preferindo não citar nomes nem escolher lado. "Nesse momento, a coisa que mais pode unir é a música, como foi na ditadura."
Entre o público, alguns até chegaram a estranhar a presença de Armandinho no palco, o confundindo com o homônimo que toca reggae. "Não conhecia esse cara, mas ele é sensacional”, disse a artista Paula Alarcón, 42 anos.
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