Valesca volta com pancadão e diz que Virada é "Baile de Favela"
Dois anos depois de ser recebida com uma chuva de granizo e levantar polêmica por ser a primeira funkeira a integrar a programação da Virada Cultural, Valesca está de volta ao evento. Desta vez sem chuva e como nome forte de um palco dedicado às mulheres, o da São João, onde até domingo (22) se apresentam Elza Soares, Elba Ramalho, Céu e Maria Rita.
E ela aproveitou bem a posição. Foi ovacionada pelos "popofãs" e deu o recado ao cantar "Baile de Favela", hit do MC João: "A virada é baile de favela".
De maiô com estampa de zebra e botas ao joelho, ela subiu ao palco minutos antes do programado com "Eu sou a Diva que Você Quer Copiar". Valesca ficou por um tempo ouvindo a ovação do público e os gritos de "Fora Temer". "Se ficar puta é pior".
Nos últimos dois anos, Valesca ficou mais família e investiu em um estilo mais pop e glamurosa, diferente da época que integrava o Gaiola das Popozudas. Entre os hits mais recentes, fez questão de cantar funks mais "safados" do passado. Ela ainda tocou Mister Catra, Wesley Safadão, Banda Vingadora e Ludmilla, e dançou um trecho de "Work" de Rihanna. Teve até "Ilariê" da Xuxa, numa versão batidão, e "Malandragem" de Cássia Eller.
"Quem quer pau dá um grito", pediu, para o público, sem embaraço. Os fãs que dançavam até o chão foram à loucura. Mesmo cantando outros gêneros, fez questão de afirmar: "Nasci funkeira, vou morrer funkeira. Aqui não é fake não. Aqui é verdade".
Vinda de São Luís, no Maranhão, para um congresso em São Paulo, Rosangela Vieira, 27, veio ver a aglomeração na frente do hotel onde está hospedada, ao lado do palco. Vibrou e dançou quando soube que Valesca estava na programação. "Adorei que eles deram espaço para todos os ritmos. Funk tem que ter. É bom de dançar".
No fim do show, Valesca desceu e distribuiu selfies com os fãs, houve tumulto e teve quem passasse mal com o empurra-empurra.
De volta ao palco, a musa continuou o tom político. "Fora temer? Temer jamais?", perguntou para a plateia. "Tá tudo uma palhaçada, né? Desistir jamais, porque somos brasileiros. Vamos fazer o nosso, exigir o que é nosso. Sem abaixar a cabeça", concluiu.
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