Drag queen quase desiste, enfrenta a mãe e vence concurso Rainha da Virada
Pyetra Haas, 26 anos, é a vencedora da segunda edição do concurso Rainha da Virada Cultural 2016 -- campeonato de lipsync (dublagens de músicas) entre artistas performáticas na noite deste sábado (21), no Palco do Arouche. Ela concorreu com 16 candidatas de várias idades. Por pouco a vencedora não participou do concurso. Ao UOL, Pyetra disse que não esperava vencer pois estava emocionalmente abalada por ter brigado com a mãe horas antes de seguir para o evento.
"Estou em choque. Eu não iria vir, pensei em desistir. Eu sou assim 24 horas, me visto assim como mulher e minha mãe não aceita. Moro com ela e está difícil nossa relação. Mas sou assim, ganho a vida assim e estou muito feliz", diz, emocionada.
Pyetra ganhou faixa, coroa, 1,5 mil reais e apresentações na festa Priscilla e na casa CCJ Drag Contest. A segunda e terceira colocadas ganharam R$ 1 mil e R$ 500, respectivamente.
O concurso, apresentado por Léo Áquila, contou com batalhas disputadas por duelos onde as drags queens tinham que dublar músicas nacionais com repertório que incluiu Gaby Amarantos, Perla, SNZ, Marina Lima, karol Conka, Carmem Miranda entre outros. As concorrentes foram julgadas pelo público e o júri formado por Penélope Nova, Luisa Marilac e a drag Fátima Fastfood. Pyetra recebeu a coroa das mãos da drag queen porto-riquenha Yara Sofia, que participou do programa americano"RuPaul’s Drag Race". "Estou muito feliz e emocionada de estar novamente no Brasil, pois também sou latina. E lembre-se que vocês são sempre estrelas, se vocês não se amarem, ninguém vai amar vocês. Eu amo o Brasil. Muito obrigada. Ah e manda nudes e palmas para essas putas todas", brincou Yara, que também apresentou seu show para o público.
Apesar de não estar lotado, o público presente no Arouche estava animado e vibrava com as candidatas, que se prepararam bastante para o concurso. Slováquia, 30 anos, é figurinista e participou pela primeira vez do concurso. Começou aos 15 como cosplay de vários personagens, entre eles D'vorah, do Mortal Kombat, mas se profissionalizou como drag queen há um ano. "Eu adoro isso, me divirto muito", diz.
Divina Wonder, 49 anos, é de Sorocaba, e quando não se apresenta em festas trabalha como ator e barman. "Comecei a me interessar pelo trabalho de drag por causa do teatro, onde encenei uma peça da Cinderela e existia a fada madrinha drag queen. É uma delícia esse trabalho. Morei em Boston (EUA) por três e me apresentava em várias festas lá", conta.
Apesar da competição, as concorrentes se mostraram muito unidas. Ao UOL, Leo Aquila disse que o concurso Rainha da Virada é importante para a diversidade e o movimento LGBT. "O mundo é divino, a diversidade gira em perfeita harmonia. Esses concursos nos valorizam. Trabalhei por 20 anos como drag e antes achava que nosso trabalho era ferveção. E o trabalho da drag é muito profissional e lindo. É emocionante tudo isso", afirma Léo.
Palco Arouche
Sábado (21)
18h | Concurso Rainha da Virada
21h | Yara Sofia
22h | Fat Family
Domingo (22)
00h | Beto Barbosa
03h | Verônica Decide Morrer
05h | Buchecha
09h | Trio Los Angeles
11h | Jane Herondy
13h | Genival Lacerda
15h | Metro
17h | Roberta Miranda
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