Vencedora do Nobel, Svetlana Alexievich é primeira confirmada da Flip 2016
Vencedora do prêmio Nobel de Literatura de 2015, a escritora e jornalista Svetlana Alexievich, da Bielorrússia, é o primeiro nome confirmado da Festa Literária Internacional de Paraty deste ano. As informações são da editora Companhia das Letras.
Ainda sem títulos publicados no Brasil, a jornalista lança em abril a edição brasileira de "Vozes de Tchernóbil" e em junho "A guerra não tem rosto de mulher". O primeiro é o livro mais famoso de Alexievich e traz depoimentos de mais 500 testemunhas da maior catástrofe nuclear da história.
A Flip 2016, que acontece entre 29 de junho e 3 de julho, em Paraty (RJ), homenageia a poeta carioca Ana Cristina Cesar (1952-1983). Ela é a segunda mulher a ser lembrada. A primeira foi Clarice Lispector em 2005.
Histórico de Svetlana Alexievich
Filha de professores, Svetlana Alexievich nasceu na Ucrânia, mas cresceu na Bielorrússia. Entrou na Universidade de jornalismo de Minsk em 1967 e, depois de completar o curso, mudou-se para Beresa para trabalhar no jornal e escola locais.
Seus textos ficam entre a literatura e o jornalismo, unindo testemunhos individuais para se aproximar mais da complexidade dos acontecimentos. Ela usou este estilo em seu livro mais famoso, "Vozes de Chernobil", com depoimento de mais 500 testemunhas da maior catástrofe nuclear da história. Em 1992, ela empreendeu investigação semelhante em "Zinky Boys", quando deu voz aos soviéticos na Guerra do Afeganistão nos anos 1980.
A força feminina nos campos de batalhas ganhou destaque em "A Guerra Não Tem Rosto Feminino" (1983), livro-reportagem sobre as milhares de mulheres que serviram no Exército Vermelho durante a invasão da União Soviética pela Alemanha em 1941. Com a derrota do nazismo, elas foram saudadas como heroínas, embora sem o mesmo prestígio e lembrança dada aos homens.
Alexievich já recebeu outros prêmios internacionais, como o prêmio polonês Ryszard Kapuscinski para reportagem literária em 2011, Prémio Herder em 1999 e o Prémio da Paz dos Editores Alemães, em 2013.
No entanto, não é só no Brasil que o trabalho da escritora é pouco conhecido. Apenas três livros ganharam edições em inglês e podem ser encontradas em edições importadas.
Muitos de seus compatriotas a leem, embora o regime autoritário do presidente Alexander Lukashenko impeça suas aparições públicas em Minsk, onde vive durante parte do ano.
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