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"Queria fazer um humor que não conseguia na TV", diz Porchat sobre o Porta

Fabíola Ortiz

Do UOL, no Rio

01/09/2013 17h45

"A gente queria fazer um tipo de humor que não conseguia fazer na televisão", foi assim que o humorista Fábio Porchat, 30, definiu o Porta dos Fundos. Com um ano de existência, o canal de humor já lançou 140 esquetes, alcançou 4,5 milhões de assinantes, teve 375 milhões de acessos e está prestes a rodar um filme.

O coletivo de humoristas foi o grande destaque da Bienal do Livro no Rio, neste domingo (1).

Quase toda a equipe do Portas dos Fundos esteve presente para bater um papo bastante informal com seus fãs e espectadores e depois seguiu para uma sessão de autógrafos do sucesso na internet que virou livro.

A obra tem prefácio escrito por Luís Fernando Veríssimo e reúne 37 roteiros de esquetes que estão na internet com fotos exclusivas e comentários dos autores sobre bastidores.

O Porta dos Fundos virou um fenômeno na internet. Fábio Porchat, um dos idealizadores do canal de humor, admitiu que o sucesso foi inesperado.

"A gente foi atropelado pelo Porta dos Fundos, foi meio sem perceber. A gente está desbravando um lugar, arriscando. Não sabíamos que viria tanta gente e tão louca gritando. A gente fala do nosso jeito, faz um humor menos sério, menos formal, são crônicas do dia a dia. Nesse sentido, a gente encontrou um jeito nosso de fazer um tipo de humor", explicou.

Nova geração do humor

O coletivo representa uma nova geração de humoristas que se inspirou em artistas como Chico Anysio e programas da TV Pirata, Escolinha do Professor Raimundo e Casseta & Planeta.

A opção pela internet foi o caminho mais fácil para divulgar os vídeos, comentou o grupo que ainda não pretende estrear na televisão. “Para que fazer TV se na internet está dando tudo certo? Ainda tem um pensamento antigo de que ir para a TV é um reconhecimento do sucesso. Virou um boom na internet”, comentou Porchat.

Durante o bate-papo com os espectadores, houve espaço para muita piada, estripulias, beijo na boca e fãs se oferecendo para trabalhar com o Porta dos Fundos.

A equipe anunciou que está a procura de locação para gravar as próximas esquetes e fez um apelo aos fãs que, se quiserem oferecer suas casas como locação, podem enviar fotos do espaço para a equipe de produção.

“A gente faz todo o tipo de humor, pastelão, constrangimento, palavrão. Todo tema é um tema, tem sobre racismo, namoro, casal e religião. A gente nunca foi desrespeitoso, só fez piada e brincadeira. Mas claro que tem gente que gosta e não gosta”, reconheceu Porchat.

Já Antonio Pedro Tabet contou que tem sido uma experiência diferente atuar nos roteiros que escreve. “Ao contrário do Fábio Porchat e do Gregório Duvivier, eu não estava acostumado com isso. Tenho um trabalho na internet de 11 anos, mas nunca botei minha cara. Já tinha feito teatro, seis anos em TV, mas sempre escrevendo”, ressaltou.

Mais lançamentos

Além de lançar uma esquete nova toda segunda e quinta-feira, o Porta dos Fundos pretende fazer ainda mais um dia para lançar séries com episódios fechados. O coletivo está preparando um DVD para lançar em outubro.

O filme do Porta dos Fundos ainda está na fase de elaboração do roteiro. Tabet disse que a ideia é transformar em longa e reunir todo o elenco, ao contrário dos episódios na internet que são curtos e gravados com alguns atores. O filme deve ser rodado e lançado em 2014.