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Alan Moore é o autor de quadrinhos mais censurado nos Estados Unidos

Estefani Medeiros

Do UOL, em San Diego

18/07/2013 18h35

O quadrinista britânico Alan Moore é o autor mais banido nas bibliotecas americanas. Em conversa sobre censura nos quadrinhos nesta quinta (18), na Comic-Con, o representante da Comic Book Legal Defense Fund (ONG americana dedicada a proteger a liberdade de expressão nos quadrinhos), Charles Brownstein, mostrou diferentes tipos de censura nas HQs em diversas épocas, desde lançamentos na década de 60 até os anos 2000.

Condecorado como "o líder dos banidos", mesmo sem sair de sua casa em um pequeno condado na Inglaterra, Moore teve pelo menos seis obras censuradas nas bibliotecas americanas entre 2000 e 2010.

Entre elas, "Watchmen" e "Neonomicon" "por cenas de abuso sexual, conteúdo violento e provocar reações políticas" e "Batman - Piada Mortal", "por apresentar conteúdo subversivo". "Liga Extraordinária" sofreu protestos de comunidades religiosas extremistas no Kentucky, que chegaram a agredir funcionários de uma biblioteca que deixara o livro disponível para leitura na sessão juvenil em 2009.

"Sandman"
Além de Moore, outra obra que ganha bastante atenção por causa de seu aniversário de 25 anos é "Sandman", de Neil Gaiman, censurada em 2003 por  "tratar de um tema anti-família."

Outro autor mencionado na lista é Art Spielgman, com a HQ "Maus" por causa de sua linguagem considerada ofensiva, e "Fun Home", de Alysson Bechdel e "Stucker Rubber Baby", de Howard Cruse, ambas por "promover conteúdo gay".

"Ainda é um desafio fazer as pessoas entenderem quadrinhos. O fato de ser visual causa um efeito emocional imediato, por isso não é estranho que pais não queiram que seus filhos leiam. Mas o que podemos fazer para ajudar é promover diálogos, mostrando como quadrinhos podem incentivar a uma melhor leitura", diz Brownstein.

Ao UOL, no fim do painel, o ativista ainda comentou o caso de "Constantine" no Brasil, em que uma capa com o cigarro na boca do personagem foi censurada pela DC Comics. Ele acredita que "os autores devem ter liberdade para se expressar, mas que acatar a censura ou não é uma decisão final de cada autor."