Roxette: como um estudante americano levou a banda da Suécia para o mundo
Vocalista do grupo, Marie Fredriksson morreu aos 61 anos, após uma batalha de 17 anos contra um câncer.
Em 1986, Marie Fredriksson e Per Gessle criaram o que viria ser um dos maiores grupos musicais da Suécia: o Roxette.
Não demorou muito para que a dupla se tornasse um sucesso no país e em outros países da Escandinávia, emplacando hit atrás de hit.
O estrelato mundial da banda, que ficou marcada por hits como Listen to Your Heart e It Must Have Been Love, entretanto, só veio anos depois, após a insistência de um estudante americano.
Marie Fredriksson morreu na segunda-feira (9/12), aos 61 anos, após 17 anos de luta contra um câncer. A informação foi confirmada por seu empresário e familiares nesta terça, 10.
Da cidade de Halmstad, os membros do Roxette se conheceram no final dos anos 1970, quando Fredriksson participava dos grupos pop Strul e MaMas Barn, e Gessle tocava com a Gyllene Tider, uma das bandas de maior sucesso na Suécia à época.
Quando se juntaram, logo se tornam astros da música pop no país, com o single Neverending Love, seguido do álbum Pearls of Passion.
Apesar da popularidade na Escandinávia, a produtora Capitol Records resolveu não lançar o álbum nos Estados Unidos.
Mas isso só até um americano que estudava na Suécia levar uma cópia do segundo disco da banda à sua cidade natal, Mineápolis, no Estado de Minnesota. Após muita insistência, ele convenceu uma rádio local a tocar a música The Look.
A partir daí, a canção estourou e se tornou a primeira de quatro hits "número 1" que a banda teria nos EUA.
A segunda foi It Must Have Been Love, uma música de 1987 regravada pela dupla em 1990 para a trilha sonora do filme Uma Linda Mulher, sucesso com Julia Roberts e Richard Gere. A música liderou as paradas em mais de 10 países.
Batalha contra o câncer
Roxette continou fazendo turnês e lançando álbuns ao longo dos anos 1990, vendendo mais de 80 milhões de cópias de discos em todo o mundo.
Após uma breve pausa, quando Gessle voltou a tocar com a Gyllene Tider, a dupla lançou os álbuns Have a Nice Day, de 1999, e Room Service, de 2001.
Em 2002, Fredriksson estava em sua cozinha após fazer exercícios quando caiu. Os médicos descobriram, então, que ela tinha um tumor no cérebro.
A cantora passou três anos em tratamento e chegou a perder a visão do olho direito. O período a fez escrever sobre o "medo" e lançar um álbum solo, chamado The Change.
Em 2005, Fredriksson disse ao jornal sueco Aftonbladet que seu tratamento havia sido bem-sucedido: "Estou saudável".
O retorno aos palcos com o Roxette aconteceu em 2008. A turnê de retorno teve ingressos esgotados pela Europa, e a banda lançou mais álbuns nos anos seguintes. Em 2016, entretanto, a saúde de Fredriksson piorou, e os médicos a aconselharam a suspender os shows.
Em seu ultimo single, Sing Me A Song, de 2018, a cantora parece falar sobre a morte: "O amor que eu tive e dei/ Torna difícil de dizer adeus", em tradução livre.
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