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Show em casamento real, perda da fala: vida de Marie Fredriksson após tumor

Marie Fredriksson, vocalista do Roxette - Brian Rasic/WireImage/Getty Images
Marie Fredriksson, vocalista do Roxette Imagem: Brian Rasic/WireImage/Getty Images

Do UOL, no Rio

10/12/2019 12h33

Marie Fredriksson, a cantora sueca conhecida como a voz do Roxette, morreu ontem aos 61 anos de idade. Apesar de lutar contra um câncer no cérebro desde 2002, a artista não se entregou e fez shows pelo mundo até 2016. Ela até cantou em um casamento real durante o tratamento contra a doença, que a deixou com algumas sequelas.

Em 2010, a banda Roxette se apresentou na festa de casamento princesa herdeira da Suécia, Vitória, com Daniel Westling, no salão de estado no Palácio Real de Estocolmo. Na ocasião, o evento foi descrito como "o maior casamento real da Europa desde que o Príncipe de Gales se casou com a Lady Diana Spencer em 1981.

De 2010 a 2016, Roxette viajou em turnê pelo mundo e Marie lançou um novo projeto solo, em 2013: o álbum Now, precedido de turnê. Em 2016, no entanto, a doença progrediu e os médicos recomendaram que ela desse uma pausa na apresentações.

Apesar do tratamento intensivo, Marie continuou compondo ao lado do marido Mikael Bolyos. Paralelamente, ela usou o desenho com carvão como forma de terapia e montou várias exposições bem sucedidas.

Marie Fredriksson deixa o marido Mikael Bolyos e seus dois filhos Ines Josefin, 26 anos e Oscar, 23.

Morre Marie Fredriksson, vocalista do Roxette

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Marie Fredriksson, uma biografia

Nascida em Össjö, na Suécia, ela era a caçula de uma família de cinco filhos. Desde criança, já gostava de cantar e fazia pequenas apresentações para familiares e vizinhos. Mas foi na adolescência que o interesse ficou mais forte.

Aos 17 anos, Marie entrou para escola de música e passou a se apresentar em um teatro local. Mais tarde, criou com seu namorado, Stefans, a banda Strul, com a qual se apresentavam em festivais locais. Com fim do Strul, Marie e um novo namorado, Martin Sternhuvsvud, formaram a banda MaMas Barn. Apesar de conquistarem a crítica com o primeiro álbum, produzido pelo guitarrista do ABBA, Finn Sjöberg, o grupo não empolgou o público e acabou logo depois.

Foi quando, no fim de 1983, ela resolveu investir na carreira solo. No ano seguinte, lançou seu primeiro single ainda cantando em sueco, Ännu Doftar Kärlek. Com o trabalho, a cantora alcançou a posição de uma das maiores artistas femininas da Suécia com o álbum The Seventh Wave e músicas como The Best Day e Towards Unknown Sea.

O Roxette nasceu em 1986, quando Marie e seu amigo Per Gessle lançaram o primeiro single, Neverending Love, e o álbum Pearls of Passion. Com isso, a banda se tornou um sucesso na Suécia, Mas não só. Pelo mundo, o Roxette emplacou hits nas décadas de 1980 e 1990, como Listen to Your Heart, The Look e It Must Have Been Love.

Marie Fredriksson narrou suas experiências na autobiografia Listen to My Heart, lançada em 2015, em que relata sua infância em uma família humilde até sua ascensão aos palcos mundiais. Com o Roxette, vendeu mais de 75 milhões de discos com a banda, sem deixar de lado a luta contra a doença.

A artista sueca conta que o seu primeiro grande trauma ocorreu quando ela tinha apenas 8 anos e a irmã Anna-Lisa morreu num acidente de carro.

No livro, Fredriksson cita ainda a luta contra o tumor cerebral, detectado há 17 anos, após sofrer um desmaio. Com inúmeros tratamentos pesados, incluindo quimioterapia e radioterapia, ela passou por uma cirurgia no cérebro, em 2003. Ficou com sequelas e perdeu temporariamente a capacidade de falar e cantar, além da visão de um dos olhos e parte da audição.

Após tratamentos e terapias, acabou se recuperando e voltou aos estúdios e aos palcos.