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Afresco com mito de Narciso é encontrado nas ruínas de Pompeia

Afresco descoberto em Pompeia, na Itália - Ansa
Afresco descoberto em Pompeia, na Itália Imagem: Ansa

De Roma (Itália)

14/02/2019 13h37

Pesquisadores do Parque Arqueológico de Pompeia, no sul da Itália, anunciaram nesta quinta-feira (14) a descoberta de um novo afresco, localizado em uma casa em ruínas da cidade, que foi destruída em 79 d.C. por uma tempestade de cinzas do vulcão Vesúvio.

A obra de arte representa o mito da beleza de Narciso, famoso por se refletir em sua própria imagem, segundo a iconografia clássica.

O afresco foi encontrado na mesma residência em que há alguns meses a imagem de Leda, a rainha de Esparta, com o Deus Júpiter em seu colo, disfarçado de cisne para fugir das tentações de outras mulheres fora descoberto.

"Uma alcova refinada reapareceu em sua total beleza durante a escavação de Régio V de Pompeia, como a esplêndida imagem de Leda e do Cisne, e atrás da sala, na parte do átrio da casa, com paredes de vivas cores, aparece o afresco de Narciso enquanto olha para um lago", explicaram os especialistas em nota.

Os pesquisadores também informaram que no átrio onde está a obra de Narciso é possível ver escadas que levavam ao andar superior. Além disso, o espaço do porão, usado para armazenar recipientes de vidro, foi encontrado, junto com um funil de bronze e oito vasos antigos.   

Afresco descoberto em Pompeia, na Itália - Associated Press - Associated Press
Imagem: Associated Press


"A beleza dessas salas nos levou a modificar o projeto e continuar as escavações, o que nos permitirá abrir ao público pelo menos uma outra parte deste domus no futuro", explicou a diretora interina do parque, Alfonsina Russo.

Já o diretor geral do Parque Arqueológico de Pompeia, Massimo Osanna, ressaltou que "todo o ambiente é permeado pelo tema da alegria de viver, beleza e vaidade".   

"É uma decoração deliberadamente luxuosa e, provavelmente, relevante para os últimos anos da colônia, como evidenciado pelo extraordinário estado de preservação de cores", finalizou.   

O dono da casa em que se localiza a obra de arte seria um comerciante, possivelmente um escravo liberto, que ansiava por elevar seu status social por meio de referências aos mitos da mais alta cultura.