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'Defendo a igualdade', diz Anitta, que evita rótulo de feminista

Anitta posa em sua casa em entrevista à AFP - AFP PHOTO / Carl DE SOUZA
Anitta posa em sua casa em entrevista à AFP Imagem: AFP PHOTO / Carl DE SOUZA

Da AFP, no Rio

26/04/2018 10h20

Com a carreira no Brasil consolidada e a internacional despontando, a cantora Anitta falou à AFP sobre igualdade de gêneros, parcerias e disse que, embora tenha seus momentos de diva, não quer ser vista como "intocável", em entrevista em sua casa na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.

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Suas músicas falam muito da mulher, do empoderamento feminino. Você se considera feminista? Você levanta essa bandeira?

Eu levanto a bandeira dos direitos iguais, só acho que hoje em dia tem mudado um pouco essa questão: as pessoas estão achando que é colocar a mulher acima do homem e não é. Pra mim são os direitos iguais mesmo. Eu só não gosto de ser confundida com essa parte que, para levantar a mulher, coloca o homem para baixo. Não sou desse tipo, sou do tipo que todo mundo tem que estar lá em cima e está tudo certo.

Com a exposição constante nas redes sociais, você se sente cobrada de ter que ter sempre uma opinião sobre tudo - seja feminismo, política, racismo?

Com certeza, sempre é cobrada uma opinião e, quando você dá a opinião, aqueles que não concordam vão te julgar. Quando possível, e quando acho que não vai atrapalhar, dou minha opinião. Só não me aprofundo porque acho que cada um vem com a sua missão, e a minha é passar entretenimento, alegria, mensagens boas e dar um bom exemplo.

O que você acha que alavancou o seu sucesso?

Eu fiz diferente, foi novidade. O fato de buscar fazer completamente diferente, ao mesmo tempo em que é arriscado, se der certo, vai dar muito certo. Sempre jogo num super risco, de novidade, de conteúdo. Desde uma batida, ao look, ao discurso, tudo eu tento fazer o mais diferente possível.

Anitta dá entrevista em sua casa - Carl de Souza/AFP - Carl de Souza/AFP
Imagem: Carl de Souza/AFP

Quais são suas divas?

A Beyoncé é uma grande diva, a Rihanna. A Mariah Carey, para mim, é a primeira de todas, porque foi a que eu cresci ouvindo. E aqui do Brasil, a Marisa Monte. (Para ser uma diva) acho que uma artista tem que saber quem ela é, ser coesa na construção da carreira, ter um discurso com que as pessoas se identifiquem.

Mas você se considera uma diva pop?

Não sei, isso de diva tem muito de endeusamento. Eu sou mais pé no chão, gente da gente. Até tenho meus momentos de diva, mas não quero ser vista como intocável. Pelo contrário, quero ser vista como alguém que é possível chegar perto, que é possível ser e parecer.

Como chegou às parcerias internacionais?

Indo para a balada conhecer gente, fazendo reuniões. Procurando contatos, redes sociais, e fui metendo as caras mesmo. Meu sonho é fazer uma parceria com o Drake. Ainda não o conheço, tenho alguns amigos em comum, mas sou cara de pau. Não sou inconveniente, não fico 'pedinte'. Tenho bom senso. Então vamos esperar o destino.

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Quando você percebeu que a América Latina podia ser um nicho?

Comecei a entender que, embora o inglês seja a língua universal, o espanhol tem números muito grandes, equivalentes aos de consumo da língua inglesa. Quando percebi que o espanhol seria a próxima tendência do momento, comecei a arquitetar como conseguiria fazer essa moda voltar ao Brasil. Acho que fiz parte (desse retorno), mas não tem só a ver comigo. Analisei e visionei algo que aconteceria, só me antecipei, tentei puxar essa corrente logo.

Como surgiu a ideia do CheckMate, de um clipe por mês? Qual foi o objetivo com esse projeto?

O meu objetivo era ter conteúdos materiais em outras línguas disponíveis na rede. Pensei em uma maneira que fosse prática, rápida e que não fosse uma coisa que eu ia fazer e ninguém ia ver. O Brasil consome muito single e, para eu conseguir um pouco de visibilidade lá fora, teria que usar os meus números daqui. Então pensei nos clipes mensais, criando expectativa.

A primeira (música, 'Will I See You') era uma proposta completamente nova, mas mostrando minha potência vocal. A segunda ('Is That For Me') era mais comercial. A terceira ('Downtown'), um pouco mais ousada e em espanhol. E a última ('Vai Malandra'), o Brasil que eu estava acostumada a fazer.

Onde e como você se vê daqui a 10 anos?

Me vejo desacelerada, não mais com esse ritmo de trabalho, tendo concluído todos meus sonhos e dando foco a coisas mais do coração, fazendo só as coisas que me deem muito prazer e que eu ame muito, projetos que eu acredito de coração.