Ai Weiwei minimiza importância de quebra de jarro de US$ 1 milhão por dominicano
O artista dissidente chinês Ai Weiwei minimizou nesta terça-feira (18) a destruição voluntária por um artista de origem dominicana de um jarro da dinastia Han, avaliado em 1 milhão de dólares, que formava parte de sua exposição em um museu de Miami.
Ai havia pintado o jarro, que data da dinastia Han (206-220 antes de nossa era) em cores brilhantes no âmbito de seus "Vasos Coloridos" exibidos no Pérez Art Museum de Miami (Flórida).
O artista Máximo Caminero, nascido na República Dominicana, quebrou no domingo (16) um dos vasos para protestar contra o fato de que este museu acolhe em sua maioria artistas estrangeiros.
"Quando fui informado sobre o dano sofrido, não dei muita importância, porque minha obra frequentemente é destruída ou quebrada durante as exposições", disse Ai à AFP.
"Pensei (...) o museu vai cuidar dela, ou a companhia de seguros. Mas depois vi nas notícias que um artista garante que a destruiu intencionalmente, dando razões que não me parecem adequadas", acrescentou.
Ai, de 56 anos, é considerado um dos artistas contemporâneos mais importantes da China. Projetou o estádio "El Nido" de Pequim para os Jogos Olímpicos de 2008, mas desde então gerou a revolta das autoridades chinesas por suas críticas à situação dos direitos humanos ou à corrupção no país.
Esteve detido por 81 dias em 2011 no momento em que emergiam as chamadas primaveras árabes. Desde então teve negado seu passaporte.
Segundo o Miami New Times, Caminero, que foi colocado em liberdade na segunda-feira pela polícia e que pode ser condenado a até cinco anos de prisão, descreveu seu ato como um protesto espontâneo.
Seu objetivo, segundo Caminero, era agir em nome dos "artistas locais em Miami que nunca foram expostos nos museus daqui".
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