Rede de ideias: Balada Literária e Arte da Palavra ganham edições virtuais
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Enquanto a Flip capenga e outras festas buscam formas de se manter de pé, nesta semana dois dos mais importantes eventos literários do país começam suas edições de 2020 no ambiente virtual: as versões de São Paulo e Salvador da Balada Literária (a de Teresina rolou no final de agosto) e o circuito Arte da Palavra.
Organizada e idealizada pelo escritor Marcelino Freire, a 15ª edição da Balada Literária começa nesta quinta, dia 3, e vai até 7 de setembro. A homenageada da vez é Geni Guimarães, poeta e vencedora do Jabuti de 1990 na categoria Autor Revelação por conta do juvenil "A Cor da Ternura". Desde a década de 80 que a escritora se engaja em questões sociais e identitárias, pautas que dão o tom do evento, um dos mais plurais do país.
Dentre os convidados deste ano, nomes como Juraci Tavares, Zezé Motta, Daniel Munduruku, Eliane Potiguara, Miriam Alves, Luna Vitrolira e Ricardo Aleixo. A abertura da Balada contará com show de Gabi da Pele Preta e exibição do filme "Geni Guimarães", dirigido por Day Rodrigues, que ainda participará da conversa com a homenageada ao lado da escritora Conceição Evaristo e da bibliotecária Bel Santos Mayer.
Da programação (aqui ela completa), também destaco a aula sobre Lima Barreto que rolará no domingo, dia 6, às 11h. A promessa é que tenhamos leituras críticas de trechos da obra de Lima que evidenciam a preocupação do autor com a exclusão e a desigualdade social. Salloma Salomão cuidará da contextualização e interpretação com base em pesquisa feita pelo Selo Homens de Cor, enquanto a leitura ficará por conta de Sidney Santiago Kuanza.
Já o Arte da Palavra, promovido pelo Sesc, chega à 4ª edição. Com curadoria coletiva e dividida em três frentes (autores, criação literária e oralidades), a iniciativa põe artistas de todas as regiões do país que lidam com a palavra escrita ou falada para rodar pelo Brasil. Neste ano, a peregrinação de 40 escritores, poetas, rappers, slammers e contadores de história será online, com apresentações gratuitas que já estão acontecendo na página de Facebook do projeto (aqui o link; siga por lá para ficar por dentro de toda a programação, que vai até dezembro).
Acompanhar o Arte da Palavra é uma ótima oportunidade para conhecer artistas interessantes de diversos cantos do país (neste ano há profissionais de 24 estados) e também ouvir o que alguns nomes em destaque na cena literária tem a dizer. Estão na edição de 2020 do projeto escritores como Itamar Vieira Junior, autor de "Torto Arado", Ailton Krenak, ambientalista e pensador indígena, Aline Bei, que venceu o Prêmio São Paulo de Literatura com "O Peso do Pássaro Morto", Carlos Eduardo Pereira, que estreou com o bom "Enquanto os Dentes", e Rogério Pereira, editor do jornal Rascunho e autor de "Na Escuridão, Amanhã", romance de 2013 publicado pela finada Cosac Naify e que merece uma casa nova.
Já do circuito de criação literária, vale olhar com atenção as oficinas de Bruno Ribeiro sobre Prosa, de Kedyson Costa sobre Contos Africanos, de Raphael Porto Ribeiro sobre HQ e Mangá, de Thiago Tizzot sobre Literatura Fantástica e de Ticiane Simões sobre Slam.
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