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Número de personagens LGBTQ+ cresce em Hollywood, mas transgêneros ainda são tabu

Freddie Mercury (Rami Malek) e Mary Austin (Lucy Boynton) em "Bohemian Rhapsody" - Reprodução
Freddie Mercury (Rami Malek) e Mary Austin (Lucy Boynton) em "Bohemian Rhapsody" Imagem: Reprodução

Jill Serjeant

De Los Angeles (EUA)

23/05/2019 14h51

Filmes como "Bohemian Rhapsody", "Com Amor, Simon" e "Deadpool 2" ajudaram a aumentar o número de personagens homo e bissexuais em Hollywood no ano passado.

Mas um estudo feito pelo grupo Glaad, que defende as causas LGBTQ+, declarou que personagens transgênero estavam completamente ausentes dos filmes lançados em 2018 pelo segundo ano consecutivo.

A pesquisa do Glaad relatou que, dos 110 lançamentos dos sete maiores estúdios de Hollywood, 20 incluem personagens LGBTQ+. Isso mostra um aumento em comparação a 2011 e o segundo maior índice de filmes inclusivos durante os sete anos da pesquisa anual do Glaad.

Mesmo assim, mais da metade desses personagens teve menos de 3 minutos de tempo em tela, e nenhum deles esteve em animações ou filmes direcionados a famílias.

"Bohemian Rhapsody", que rendeu o Oscar de melhor ator a Rami Malek pelo papel do ex-vocalista bissexual da banda Queen, Freddie Mercury, "Deadpool 2", com a primeira super-heroína assumidamente lésbica do mundo do cinema, e a comédia adolescente "Não Vai Dar", que mostra uma jovem interessada em outra menina, foram sucessos de bilheteria no ano passado.

"Ao passo que a indústria cinematográfica deve incluir mais histórias de pessoas LGBTQ com diferentes etnias e pessoas transgênero, os estúdios estão finalmente reconhecendo os pedidos de pessoas LGBTQ e seus aliados ao redor do mundo que querem ver mais diversidade nos filmes", disse a diretora executiva do Glaad, Sarah Ellis, em um comunicado.

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Os próximos lançamentos incluem o musical biográfico "Rocketman", sobre o ícone Elton John, e a comédia adolescente "Booksmart", cuja protagonista é lésbica.

Ainda assim, o estudo do Glaad indica que a indústria cinematográfica está aquém da televisão, que, em 2018, exibiu séries como "Pose", sobre a cultura drag de Nova York na década de 1980, e "Supergirl", que conta com uma super-heroína transgênero.

A pesquisa também expressou "real preocupação" com a recente aquisição do 21st Century Fox feita pela Walt Disney Co, particularmente por este declarar que nenhum dos seus 10 lançamentos de 2018 tinha personagens LGBTQ.

A Fox 2000 Pictures, produtora responsável pelo romance adolescente altamente aclamado pela crítica "Com Amor, Simon", será fechada pela Disney em 2019.

"Os estúdios podem estar mais hesitantes em investir em novos tipos de conteúdo, e as decisões sobre o que recebe sinal verde e quem está envolvido são feitas por grupos menores de pessoas", disse Ellis.