A voz grave mais cobiçada nas parcerias da atual música popular brasileira poderia estar hoje em outra profissão da moda. Não fosse uma barbearia, talvez Rodrigo Silva dos Santos, ou só Jerry Smith, ainda estivesse em Diadema batalhando para fazer o que ama: funk.
Vaidoso e sobrinho de barbeiro, o cantor viu na profissão uma saída para juntar os R$ 200 que precisava para emplacar uma música na plataforma que colocaria o som dele e do parceiro Zaac nos bailes. Foram seis meses de curso e mais dois meses trabalhando em um salão como aprendiz até "Bumbum Granada" estourar.
O que poderia ser apenas mais um hit de verão foi só o começo para a dupla, que se desmanchou estrategicamente meses depois prevendo a pressão por um novo hit que superasse os 50 milhões de visualizações em apenas um mês (hoje são 415 milhões) e o topo das paradas no streaming, como foi com o "taca, taca".
Passados quase três anos, Jerry Smith hoje espalha o bordão "é o pique" não só no universo do funk, mas em diversos ritmos com suas parcerias. A gíria emprestada do funk carioca dá o tom para energia inesgotável que fez do funkeiro de SP o quinto artista masculino brasileiro com o maior número de ouvintes mensais no Spotify em 2018, à frente de nomes como Wesley Safadão e Luan Santana.