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Cobra naja apreendida em Brasília ganha perfil no Instagram e memes bombam

Perfil da cobra naja foi criado no Instagram Imagem: Reprodução/ Instagram

Rafael Godinho

Do UOL, no Rio

19/07/2020 04h00

Desde que picou o estudante de veterinária Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, de 22 anos, e foi capturada em Brasília (DF), a cobra naja, criada ilegalmente pelo universitário, virou manchete dos principais veículos no Brasil. Com a popularidade em alta, a serpente também ganhou memes e teve ao menos cinco páginas criadas no Instagram. O UOL conversou com o proprietário do @najaofcial, que tem mais de 27 mil seguidores e bateu dois milhões de impressões em três dias.

Como já foi abordado pela coluna Página Cinco, muita gente associou a naja que atacou seu dono e a ema que avançou no presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao livro "A Revolução dos Bichos", do George Orwell. O influenciador digital responsável pelo perfil do Instagram, que prefere não se identificar, vê semelhanças e vai além.

Para ele, a picada da cobra teve um papel importante na descoberta do esquema de tráfico internacional de animais silvestres. "Comecei a ver potencial a partir do momento em que ela se libertou dele e ajudou a desvendar o tráfico internacional", afirma.

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O perfil "humanizou" a imagem do réptil e o correlaciona até com uma história da teledramaturgia, quando a personagem Morena (Nanda Costa) consegue fugir do cativeiro na Capadócia e revela o esquema de tráfico internacional de mulheres, em "Salve Jorge" (Globo, 2012), novela de Gloria Perez. "A ideia surgiu quando eu vi a história da cobra bem parecida com a da Morena", diverte-se.

Apesar dos números atingidos em pouco tempo, o proprietário ainda não foi procurado por nenhuma marca ou empresa para patrocínio nem parceria de produtos. "Só as parcerias com os rapazes que fizeram os filtros da Naja."

O criador gera memes da cobra brincando com artistas, como Anitta, e faz piada de notícias da política brasileira. A real intenção, segundo ele, é chamar a atenção para divulgar ONGs de proteção a animais abandonados.

"Não faturei nenhum cachê e não quero. Quero apenas que as pessoas vejam os animais com outros olhos, e deem a eles amor e proteção. Cobras têm que estar em seu habitat natural, e não presas em aquários."

Ele, inclusive, comemorou a multa de R$ 78 mil, aplicada pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para a família de Pedro. De acordo com o instituto, o estudante vai responder pela criação de 16 cobras de maneira inadequada, sendo dez delas de espécies exóticas, de origem norte-americana, e outras seis nativas da Amazônia e do cerrado.

O administrador tem mais outros dois perfis no Instagram. "Fiquei desempregado na pandemia e lancei algo que está sendo meu ganha-pão, mas não quero divulgar. Prefiro ficar no anonimato."

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