Malcolm McDowell 'não se lembra' de fazer a maior parte de seus filmes
Malcolm McDowell já teve vários encontros com fãs em que eles se lembraram de um filme que ele não tinha memória nenhuma de fazer. É o que contou o ator britânico, mais conhecido por papéis em "Laranja Mecânica" e "Calígula", em entrevista ao The Guardian.
"As pessoas me param na rua e dizem: 'Ah, amamos a sua interpretação em tal e tal filme'. E eu digo: 'Desculpa, mas não era eu'. Daí eles me mostram o pôster ou alguma foto em seus celulares, e lá estou eu. Não tenho nenhuma memória de filmar aquilo", disse.
McDowell, que acumula quase 300 créditos em uma carreira de mais de 50 anos, não sente nostalgia pelos "bons e velhos tempos": "Eu tive alguns anos incríveis, e é claro que aquela foi a época de ouro, mas é o passado. Você não pode ficar interpretando o rebelde para sempre".
A sombra de Alex

Além do papel intenso no filme de Stanley Kubrick, McDowell se tornou a face da rebeldia britânica na trilogia que fez ao lado do diretor Lindsay Anderson, formada pelos filmes "Se..." (1968), "Um Homem de Sorte" (1973) e "Hospital de Malucos" (1982).
Hollywood, no entanto, "nunca sobre como usá-lo direito", como admitiu o próprio McDowell. "Eu estava fora do meu ambiente. Quando você vai para um país como os EUA, percebe que é um peixe pequeno", comentou.
A sombra de "Laranja Mecânica" e o seu Alex também não ajudaram. "O filme de Kubrick foi gigantesco. Tudo o que eu fazia era medido contra a magnitude de 'Laranja Mecânica', o que era cansativo", avaliou McDowell.
Fase 'relaxada'
Hoje aos 77 anos, o ator não tem mais a "ambição" de procurar os grandes diretores, que poderiam dar a ele um grande papel. "Se eles quiserem me dar algo, eu estou aqui, mas não vou andar por aí procurando trabalho. Eu não me importo mais", disse.
E que tal a possibilidade de um Oscar tardio? McDowell confessou a "birra" contra a Academia, dizendo que o costume da premiação é recompensar atores em filmes que já têm bons roteiros e direção.
"Às vezes eu penso: 'Meu Deus, eu acabei de atuar em um pedaço de m*rda, mas consegui entregar uma performance interessante. Eu consegui transformar essa m*rda em algo assistível'. Esse é o tipo de trabalho que deveria ganhar um Oscar."
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