MC Daleste foi sequestrado semanas antes de ser morto, diz família à TV
Do UOL, em São Paulo
03/07/2020 20h33Atualizada em 03/07/2020 21h33
MC Daleste, assassinado em julho de 2013 durante um show, foi sequestrado e extorquido semanas antes de morrer. A revelação foi feita pelo pai e pelo irmão do funkeiro ao "Balanço Geral", da TV Record, e podem levar à reabertura das investigações, segundo advogado da família.
Daniel Pellegrini, o MC Daleste, se apresentava a cerca de 5 mil pessoas em uma festa organizada pela prefeitura de Campinas, no interior de São Paulo, quando foi atingido por dois tiros, um de raspão e o outro na barriga. Sua morte completará sete anos na terça-feira (7).
Seu irmão Rodrigo Pellegrini relatou à TV Record que MC Daleste estaria sofrendo ameaças de um grupo criminoso. "Quem são essas pessoas? Quem são essas pessoas que a polícia não investigou", questionou ele à reportagem.
Segundo Rodrigo, Daleste tinha o hábito de guardar dinheiro dentro de casa, em uma caixa de papelão, o que pode ter chamado a atenção de criminosos. Três semanas antes do assassinato, o cantor e a caixa sumiram, e a família suspeita de que a casa tenha sido invadida e Daleste, sequestrado.
O funkeiro teria sumido por "três ou quatro horas", de acordo com Rodrigo. Quando voltou, "nunca deu a entender que estava nervoso", mas indicou que contaria tudo para o irmão — o que não aconteceu.
A família também revelou ter recebido uma ligação telefônica que teria antecipado o crime. Segundo Roland, pai de Rodrigo e Daleste, uma mulher pediu, pouco antes do crime, que o funkeiro fosse retirado do palco.
À época das investigações, a polícia trabalhou com a hipótese de vingança, como lembrou o "Balanço Geral". A suspeita é de que o cantor teria se envolvido com uma garota de programa que seria namorada de um traficante ligado a uma facção criminosa.
Nada foi comprovado e ninguém foi preso. O caso foi arquivado em 2017.
Consultado pela reportagem, o advogado da família Pellegrini, Damilton Oliveira, disse que essas informações trazidas à tona agora podem levar à reabertura do caso.