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Pearl Jam fala de fãs pisoteados em show há 20 anos: 'Nosso pior pesadelo'

Jeff Ament (à esq.) e Eddie Vedder (à dir.) do Pearl Jam no festival "Made In America" - Drew Gurian/AP
Jeff Ament (à esq.) e Eddie Vedder (à dir.) do Pearl Jam no festival "Made In America" Imagem: Drew Gurian/AP

Do UOL, em São Paulo

01/07/2020 09h04Atualizada em 01/07/2020 13h55

O Pearl Jam fez uma homenagem aos nove fãs pisoteados durante um show da banda no Festival de Roskilde, na Dinamarca, em 2000. Marcando os 20 anos da tragédia, o guitarrista Stone Gossard assinou um texto definindo o incidente como "o pior pesadelo" da banda.

Na ocasião, o Pearl Jam estava cantando "Daughter" quando uma parte da plateia de mais de 50 mil pessoas se adiantou em direção ao palco, fazendo com que nove fãs que estavam perto da grade do show escorregassem e, no chão, fossem pisoteados pelo restante do público.

"Nada tem sido o mesmo desde aquele dia", escreveu Gossard. "20 anos depois, nossa banda já tem 11 filhos, e todos eles são preciosos. (...) O nosso entendimento da gravidade e da perda sentida pelos pais daqueles garotos só fez crescer nesse tempo, porque agora podemos imaginar nossas crianças na mesma situação. É uma tragédia impensável."

Pedido de desculpas

Na homenagem, Gossard também admitiu erros do Pearl Jam durante os primeiros momentos após o incidente. "Nos escondemos e ficamos com raiva, porque estavam dizendo que éramos responsáveis pelo que aconteceu. Não demos a ajuda que essas famílias precisavam", escreveu.

O guitarrista ainda disse que incentivou seus colegas a se aproximarem das famílias dos jovens mortos na tragédia. Segundo ele contou, alguns compareceram a um show do Pearl Jam em 2010, em Berlim (Alemanha), e o vocalista Eddie Vedder se tornou amigo pessoal da família de uma das vítimas, o australiano Anthony Hurley.

"Com algumas das famílias, pudemos compartilhar nossos sentimentos e dar o nosso apoio. Com outras, isso não foi possível. Eles eram todos jovens que amavam Pearl Jam e queriam chegar perto de nós. Isto era tudo o que eles tinham em comum", relatou Gossard.

"Todos os dias, os nossos corações doem e os nossos estômagos reviram ao pensar nestes jovens e no que poderia ter sido diferente, mas isso não muda o que aconteceu. Sempre estaremos sob a sombra da dor e da perda deles, e aceitamos essa sombra com gratidão por poder compartilhá-la", completou.