Atriz de 'Glee': Lea Michele não é racista, mas sistema beneficia brancos
Samantha Ware, a atriz de "Glee" que acusou Lea Michele de atitudes abusivas e racistas no set da série, deu uma nova entrevista para a "Variety" detalhando o que ocorreu nas gravações e refletindo sobre o comportamento da ex-colega de elenco.
Ware afirmou não acreditar na "cultura do cancelamento" e disse crer que todo mundo merece uma segunda chance. Ela explicou porque se revoltou com o tuíte de Michele apoiando o movimento "Black Lives Matter", que tem liderado protestos pelos EUA após a morte de George Floyd sob custódia policial.
"Quando você posta algo assim, é preciso ter um entendimento do que a hashtag significa, e para mim é óbvio que ela não tem", disse. "Será que Lea sabe o que é uma microagressão? Eu não sei. Tudo o que o pedido de desculpas dela fez foi afirmar que ela não aprendeu nada".
"Estou chamando Lea de racista? Não. Lea tem tendências racistas? Olha, eu acho que ela sofre de um sintoma de viver neste mundo, em uma indústria que é desenhada para beneficiar pessoas brancas", comentou ainda.
Experiência no set
Ware disse que seu primeiro contato com Michele em "Glee" já foi hostil. "Não houve nada de gradual nisso. Assim que ela decidiu que não gostava de mim, estava feito. Foi no dia em que gravei minha primeira performance que tudo começou", lembrou.
"Ela não falava comigo, e me olhava torto, fazia comentários maldosos baixinho... Era uma série de atitudes passivo-agressivas, e só foi piorando", contou. "Mas as ações dela não eram novas, eram algo comum. No dia em que eu resolvi falar com as pessoas sobre isso, elas deram de ombros e disseram: 'Lea é assim'".
"Eu acho que isso, em si, é um problema, porque ninguém estava fazendo nada para mudar o que estava acontecendo. Era um ambiente que ajudava a perpetuar este tipo de abuso", refletiu.
Diversidade da forma certa
Ware disse que, daqui para frente, quer ajudar as produções de que participa a incluir vozes diversas do jeito certo. "Não adianta colocar pessoas de cores diferentes na sala se você não as deixa falar, ou compartilhar suas ideias de algum jeito", disse.
"Existem muitos desequilíbrios de poder e estruturas que se tornaram inerentes da nossa indústria com os anos. Essas coisas precisam desmoronar. Todo mundo precisa se sentir ouvido e validado", completou.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.