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Drive-in, traje especial: Como os shows estão voltando ao redor do mundo

Shows ao vivo em drive-ins já são tendência nos Estados Unidos e em países da Europa  - Lukas Kabon/Getty Images
Shows ao vivo em drive-ins já são tendência nos Estados Unidos e em países da Europa Imagem: Lukas Kabon/Getty Images

Arthur Belotto

Do UOL, em São Paulo

29/05/2020 12h00

As lives online foram mesmo uma grande ideia para os músicos ao redor do mundo continuarem na ativa durante a quarentena. Agora, quando já se fala em uma flexibilização do isolamento social, é hora de elaborar melhores logísticas e planejamentos para que os shows ao vivo, aqueles de verdade, possam voltar a acontecer com segurança. Lá fora, nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, os drive-ins estão despontando como tendência.

Veja abaixo como alguns lugares pelo mundo estão fazendo para assistir algumas apresentações ao vivo na nova realidade:

Buzina é o novo aplauso

Fãs curtem show ao vivo em um drive-in, em Berlim - Frank Hoensch/Redferns - Frank Hoensch/Redferns
Imagem: Frank Hoensch/Redferns

Os shows em drive-ins já são uma realidade nos Estados Unidos e na Europa. Recentemente, o cantor country Keith Urban fez um show em um estacionamento de Nashville em que havia cerca de 125 carros.

O evento foi parte da Citi Concert Series, da promotora Live Nation. A empresa, que viu uma queda de 25% na sua receita de shows no primeiro trimestre de 2020, anunciou também uma série de apresentações com diversos artistas chamada "Drive-In Live", que vai passar por quatro cidades dinamarquesas durante o verão europeu. Até o estacionamento do aeroporto de Copenhagen vai ser transformado em um espaço para shows.

Em junho, o time de baseball Texas Rangers vai realizar uma série de shows de quatro artistas no estacionamento do estádio em Dallas. Os ingressos custavam US$ 40 (cerca de R$ 216) por carro ou US$ 80 (cerca de R$ 432) por uma área VIP em vagas em frente ao palco, e se esgotaram rapidamente.

Fritação de dentro do carro

Saudades de uma festa de música eletrônica? A boate alemã Index criou o evento Autodisco, que é basicamente uma rave no carro. Com o limite de duas pessoas por veículo e a música transmitida pelo rádio, o estacionamento da casa, com cerca de 250 vagas, virou uma festa comandada pelo DJ Devin Wild.

Ouvindo pelo rádio

Em entrevista ao programa "Encontro com Fátima Bernardes", o cantor gospel André Valadão contou como foi o show que ele fez no estacionamento de uma igreja nos Estados Unidos. "A gente pegou uma antena de rádio, de frequência FM de curta distância, no estacionamento da igreja. Então, todo mundo dentro do carro, ouvindo em tempo real o áudio da mesa de som. Tivemos um tempo maravilhoso, foi incrível, mais de 1.000 pessoas ali."

Look anti-covid

Se depender da empresa Production Club, você vai ter um novo look para ir em shows. O Micrashell é um traje "anti-covid" que te protege contra o vírus e é fácil de usar, segundo a companhia, mas ainda não está à venda.

Traje anti-covid - Reprodução/Youtube - Reprodução/Youtube
Imagem: Reprodução/Youtube

O Micrashell lembra um traje espacial com cores neon. A roupa tem um filtro N95, um sistema de emissão de ar, uma bolsa para celular e caixas de pressão para beber e "vapear" sem tirar o capacete, "porque se você remover o capacete e o escudo, ficará comprometido", explicou o criador Miguel Risueno à NBC.

Shows menores, medidas restritivas

Show no teatro TempleLive - Divulgação/TempleLive - Divulgação/TempleLive
Imagem: Divulgação/TempleLive

Apesar de não exigirem a quantidade enorme de equipamentos e a configuração que as turnês em estádio e arenas demandam, shows em espaços menores têm que lidar com o problema do distanciamento social. Nos EUA, o cantor Travis McCready deu uma prévia de como podem ser as apresentações daqui para frente. Tocando no Temple Live, no Arkansas, o líder da banda country Bishop Gunn fez uma apresentação solo para uma plateia reduzida — eram 229 pessoas no local com capacidade para 1.000 — e seguindo a recomendação de manterem distância uns dos outros. Os espectadores foram separados em grupos com 1 metro e meio de distância. Todos tiveram suas temperaturas medidas na entrada do evento e foram obrigados a usar máscaras durante o show.

Burlando regras

Mais de 3.000 pessoas estiveram presentes em um parque em Tel Aviv, Israel, para um evento que reuniu vários artistas israelenses em um palco e ganhou a proporção de um festival. Chamado de "Behind the Scenes: an Assembly of Solidarity", o evento serviu como protesto para encorajar o governo a permitir a realização de eventos de música ao vivo. Para justificar tanta gente junta, os organizadores encontraram uma brecha nos regulamentos de saúde de Israel que permite protestos contidos. Ao entrar no parque, os participantes eram convidados a usar máscara e a manter 1 metro e meio de distância. Vídeos e fotos do evento mostram que as práticas de distanciamento social foram desconsideradas. Israel está com mais de 16.809 casos de Covid-19 e mais de 280 mortes.

E no Brasil?

Luan Santana fará live no Allianz Parque, em São Paulo - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Nas próximas semanas, carros devem entrar no gramado do Allianz Parque, em São Paulo. O estádio do Palmeiras aguarda a liberação das autoridades sanitárias para definir o começo da "Arena Sessions", com a exibição de filmes e shows nos telões. O Lance confirmou que o cantor Luan Santana e o comediante Maurício Meirelles farão apresentações no local, e haverá até aplicativo para o espectador avisar que precisa ir ao banheiro.