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Bruno e Marrone sobre slogan de Bolsonaro em live: Não falamos nada de mais

A dupla Bruno e Marrone em live apresentada em abril - Reprodução
A dupla Bruno e Marrone em live apresentada em abril Imagem: Reprodução

Leonardo Rodrigues

Do UOL, em São Paulo

16/05/2020 04h00

Se juntos eles já causam, imagina juntos. Depois de protagonizar uma das lives mais pitorescas e acessadas do planeta, com 30 milhões de visitantes, Bruno e Marrone estão de volta. A partir das 21h de hoje, a dupla que se tornou um dos assuntos mais comentados de abril, tanto pelos sucessos quanto pelo estado aparentemente embriagado de Bruno, faz seu segundo show do gênero. E nós já sabemos o que esperar.

Em entrevista ao UOL, Bruno promete a mesma apresentação sem roteiro, repleta de bom humor, brincadeiras e espontaneidade. Ou seja, mais memes à vista. E falar sobre política pode acontecer mais uma vez. Na primeira live, Bruno criticou os brasileiros muito ricos sugerindo um meio-termo entre capitalismo e comunismo, antes de se confundir ao citar o slogan de Jair Bolsonaro com os termos trocados: "Deus acima de tudo, Brasil acima de todos".

Vale lembrar que, no ano passado, a dupla, que apoia o presidente, recebeu da Embratur o título de embaixadora do turismo brasileiro.

Neste momento, acho importante que a gente discuta, reflita. Não falamos nada de mais. Precisamos aprender a conviver com opiniões diferentes, e está tudo bem. Importante é manter respeito e diálogo.
Bruno

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Depois de tantas brincadeiras, caos e memes, o que vocês estão aprontando para a segunda live?

Bruno - Aconteceu quase tudo na primeira, né? (risos) Vai ser um show com a nossa cara, bem leve e espontâneo, como a gente sempre é. Separamos um repertório que passeia pelos nossos 34 anos de carreira. Podem se preparar para muita moda sertaneja e esse nosso jeito brincalhão, descontraído, cheio de bom humor.

O meme em que o Marrone olha para o lado, como se o Bruno estivesse exagerando no show, fez sucesso na primeira live. Estão acompanhando os memes?

Marrone - Acompanhamos tudo. A gente se diverte com os memes. Essa live rendeu muitos, inclusive tem alguns nas nossas redes sociais. As pessoas são muito criativas, e é muito legal receber esse retorno. Mostra que a live foi divertida e este é nosso intuito: levar alegria pra quem está em casa.

Na primeira live, o Bruno falou de política, dizendo que o mundo precisa chegar a um meio-termo entre capitalismo e comunismo. Depois citou o slogan do governo Bolsonaro. Política é um tema sempre delicado. Por que vocês decidiram falar?

A gente não faz um roteiro da live. Falamos de alguns assuntos na hora. E, no momento que estamos vivendo, é importante que se discuta, reflita. Não falamos nada de mais. Precisamos aprender a conviver com opiniões diferentes, e está tudo bem. Importante é manter respeito e diálogo.
Bruno

Há quem critique as bebedeiras nas lives de sertanejos. Para vocês, qual é a principal diferença em relação a um show normal?

Bruno - Acho que, por estar em casa, a gente fica mais à vontade, e a live acaba tendo esse clima de descontração. Sem dúvidas, a principal diferença é não ter a energia e a troca de olhar com o público. Isso no palco nos alimenta. É muito gostoso ver as pessoas cantando com a gente e conversar com a galera durante o show.

As lives vieram para ficar ou são apenas uma circunstância da pandemia?

Marrone - Ninguém estava esperando o fenômeno das lives. Isso é bom neste momento em que o setor do entretenimento está sendo tão afetado pela crise. Acho que as lives vão continuar enquanto durarem a crise e as medidas de isolamento social.

Quando os shows puderem voltar não acho que as lives continuarão nessa frequência. A live é muito bacana, mas não se compara com a sensação de estar presencialmente em um show, de ver o artista de perto, compartilhar a emoção com o público.
Marrone