Topo

Como os cinemas ao redor do mundo estão reabrindo depois da pandemia

A experiência no cinema pode ser bem diferente no futuro próximo - Getty Images
A experiência no cinema pode ser bem diferente no futuro próximo Imagem: Getty Images

Beatriz Amendola

Do UOL, em São Paulo

07/05/2020 12h00

Ao longo da última semana, alguns cinemas ao redor do mundo voltaram a abrir as portas —ou estão perto de reabrir— após passarem semanas fechados em virtude da pandemia de covid-19. É o caso em estados norte-americanos, como o Texas e a Georgia, e em países como a República Tcheca, onde as salas de exibição poderão funcionar a partir do próximo dia 11.

Ainda é um movimento lento e delicado, especialmente porque há a possibilidade de os cinemas terem de fechar novamente, como aconteceu na China após o país registrar uma segunda onda de infecções. As novas medidas adotadas pelos cinemas, no entanto, indicam como nossa relação com as telonas vai ser diferente nos próximos meses.

Abaixo, listamos algumas das medidas tomadas pelos cinemas que estão reabrindo —e que podem servir de exemplo ao Brasil quando os cinemas retomarem as atividades por aqui:

Sem pipoca

Na República Tcheca, será proibido o consumo de alimentos e bebidas nos cinemas. Ou seja: por lá, pipoca e refrigerante para acompanhar um filminho, só em casa.

Máscaras e higiene reforçada

No Texas, o governador Greg Abott estimulou os negócios que estão voltando a adotar o uso de máscaras, e a prática já tem sido adotada por alguns cinemas. Os exibidores que retornaram também estão reduzindo possíveis pontos de contato físico entre consumidores e funcionários, e eliminando transações em dinheiro.

Analistas também apontam que as medidas de limpeza terão de ser reforçadas, o que poderá aumentar os custos para os exibidores —e, consequentemente, para os espectadores (capitalismo, né?).

Medição de temperatura

Medidas de controle dos frequentadores também podem ser aplicadas. À revista "Variety", Mitchell Roberts, CEO da rede Evo Entertainment, no Texas, afirmou que seus cinemas terão um esquema de segurança semelhante ao de um aeroporto: funcionários perguntarão aos clientes se eles tiveram contato com alguém que apresentou sintomas de gripe nos 14 dias anteriores, e a temperatura dos frequentadores será medida com um termômetro infravermelho.

Quem estiver com febre de 38 graus ou acima, será reembolsado e impedido de entrar na sessão. Vish.

enfermeira medindo temperatura - iStock - iStock
Termômetros como o da foto permitem medir a temperatura sem contato físico
Imagem: iStock

Aglomeração? Nem pensar

A volta dos cinemas não significa que as medidas de isolamento social estejam suspensas. Ou seja, nada de ir ao cinema "de galera". No Texas, as salas só podem operar em 25% da sua capacidade, com o respeito ao distanciamento entre poltronas. De acordo com o site da CBS, os negócios poderão passar a receber até 50% dos clientes caso o estado apresente melhora nos números de casos de covid-19.

Preços reduzidos e filmes antigos

As redes americanas que começaram a operar estão tentando atrair o público com descontos no valor dos ingressos e também com filmes clássicos, como "Os Goonies". Afinal, a nostalgia vem batendo em todo mundo nesses tempos de crise, né?

Sem blockbusters

Isso não é uma medida tomada pelos cinemas, mas vale mencionar: não espere ver blockbusters nas telas tão cedo. Enquanto a maioria dos cinemas permanecer com as portas fechadas, os estúdios dificilmente irão se aventurar a lançar seus grandes títulos —em especial, aqueles de maior orçamento. Ninguém quer ter prejuízo, né?

O primeiro blockbuster previsto para chegar aos cinemas americanos é "Tenet", de Cristopher Nolan, em 17 de julho, seguido por "Mulan", no dia 24 do mesmo mês.

Lui Yifei em cena de 'Mulan' - Divulgação - Divulgação
Será que Mulan conseguirá manter a nova data de estreia?
Imagem: Divulgação

Começam a circular, no entanto, os rumores de que não seja possível manter as datas. Nos EUA, ainda não há previsão de reabertura dos cinemas em estados populosos como Nova York e Califórnia —e o governador deste último, Gavin Newsom, disse que pode levar "meses, e não semanas" para que os cinemas californianos voltem a operar.