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Por que a Gotham de 'Aves de Rapina' é a mais colorida que você já viu

Margot Robbie em cenas de "Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa" - Divulgação
Margot Robbie em cenas de 'Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa' Imagem: Divulgação

Beatriz Amendola

Do UOL, em São Paulo

14/02/2020 04h00

Gotham nunca foi tão colorida quanto em "Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa". A cidade, que em suas encarnações cinematográficas sempre apareceu escura, sombria e suja, agora surge iluminada, em cores vivas e de dia, servindo de cenário para as aventuras de Arlequina e companhia.

É diferente até da Gotham de Joel Schumacher em "Batman & Robin" (1997), que permaneceu na penumbra apesar de o filme carregar nas cores de seus personagens, ou da Gotham retratada na trilogia de Cristopher Nolan, sempre em tons neutros. Ainda que o clímax de "Aves de Rapina" aconteça à noite, sob névoa, boa parte do filme se passa em cenários coloridos e divertidos. E isso tem um motivo bem claro: a própria Arlequina.

Segundo a diretora Cathy Yan, todo o filme —visual incluso— foi pensado para combinar com a protagonista interpretada por Margot Robbie. "Ela é selvagem e louca, e tem esse senso de humor muito irreverente", explicou a cineasta ao UOL. "Ela mistura humor sombrio e violência com uma certa leveza; ela ama brilho, rosa, coisas fofas e animais bonitinhos, mas também pode bater em um cara com uma marreta. Foi daí que veio a inspiração para o filme, que é muito debochado".

"Arlequina é naturalmente uma personagem muito colorida, e levamos isso adiante. Então, o universo dela é muito colorido, mas também tem uma certa crueza. Muito do filme é combinar essas forças opostas, da forma como acontece com a Arlequina. Esse contraste é o que a torna tão interessante."

Ação com glitter

A mesma lógica foi aplicada por Cathy às cenas de ação do filme —elas são mais intensas e diretas, o que garantiu a classificação indicativa de 16 anos que o longa recebeu—, mas também abre espaço para a irreverência (e até para o glitter, em alguns casos).

"Eu queria manter tudo muito 'pé no chão', sem voos ou coisa assim, mas também há muito humor", explica Cathy. "Então há uma leveza no meio delas, é divertido".

E boa parte da ação, aliás, é protagonizada por Margot e suas colegas de elenco. "Todas as mulheres treinaram por meses para poderem fazer suas próprias cenas. É impressionante como elas conseguiram fazer quase tudo o que você vê".