Brendan Fraser estrela a Sessão de Tarde de hoje; por onde anda o ator?
Brendan Fraser é a estrela de Viagem ao Centro da Terra: O Filme, que será exibido hoje na Sessão da Tarde a partir das 15h11 na Globo, mas o astro está fora dos holofotes de Hollywood há anos, sendo que seu último destaque, A Múmia: Tumba do Imperador Dragão, está prestes a completar 12 anos.
O ator de 51 anos começou como galã debochado em filmes de comédia e encontrou o estrelato em A Múmia (1999), que fez tanto sucesso que ganhou uma sequência em 2001. Em 2004, ele participou do elogiado Crash: No Limite, vencedor de três Oscar, e desde então a carreira foi caindo muito por culpa de problemas pessoais.
Entenda a seguir o que houve com Brendan Fraser.
O boa-pinta perfeito para as comédias
O começo de tudo para Brendan foi em O Homem da Califórnia (1992), quando ele interpretou um homem da caverna que ficou congelado por séculos e de repente estava frequentando o colégio. O filme foi criticado até o último minuto pela crítica especializada, mas marcou o novato como uma aposta.
No mesmo ano, para mostrar o alcance de seu trabalho, o norte-americano protagonizou o drama Código de Honra, ao lado de Matt Damon e Chris O'Donnell. Na pele de um quarterback judeu que entrava em uma escola de elite, ele recebeu elogios e mostrou que poderia ser o bonitão bobão do colégio, mas também sabia fazer drama.
Considerado por muitos o ator mais promissor de 1993, no ano seguinte ele contracenou com Joe Pesci em Com Mérito e voltou para a comédia pastelona em Os Cabeça-de-Vento, com Adam Sandler e Steve Buscemi.
Tudo estava indo bem na carreira de Fraser, e só melhorou com George, o Rei da Floresta (1997), a live-action baseada na animação clássica que transformou o ator em uma estrela de Hollywood cujo charme conquistou o público. Em 1998, ele estrelou ao lado de Ian McKellen o ótimo Deuses e Monstros, novamente passando pelo drama e vendo um filme seu ganhando destaque no Oscar.
O auge com A Múmia
Fraser já era uma realidade, e seu nome ficou ainda maior com os US$ 415 milhões arrecadados por A Múmia (1999), o primeiro blockbuster do ator, juntando drama, ação e muita comédia.
O sucesso foi tanto que a indústria resolveu deixar de lado que no mesmo ano ele teve dois fracassos: De Volta para o Presente e Polícia Desmontada. A questão é que em 2000 veio Monkeybone, no Limite da Imaginação, outra decepção nas bilheterias, o que obrigou Fraser a jogar no seguro.
O Retorno da Múmia (2001) conseguiu lucrar ainda mais que o filme original, e o nome do ator voltou a ver tempos mais calmos. Ainda mais depois que, no ano seguinte, ele fez o ótimo drama O Americano Tranquilo, que rendeu uma indicação ao Oscar para seu parceiro de elenco Michael Caine.
Começo do desgaste
Crash: No Limite (2004) foi destaque no Oscar, mas a verdade é que a participação do ator não foi a mais memorável. A partir daí, ele emendou três filmes mais alternativos, fugindo dos blockbusters que o colocaram na lista A de Hollywood: 12 Horas até o Amanhecer (2006), O Último Golpe (2006) e Ligados pelo Crime (2007).
Quase ninguém viu os filmes, por isso ele precisava entrar de novo no cinema de entretenimento, e o escolhido foi o filme da Sessão da Tarde de hoje: Viagem ao Centro da Terra: O Filme (2008), que foi bem nas bilheterias (uma surpresa!). O sucesso garantiu uma sequência — que sairia apenas em 2012 com Dwayne "The Rock" Johnson no lugar de Fraser.
Em meados dos anos 2000, Fraser estava cotado para viver o Superman em Superman: O Retorno, mas sentiu o golpe ao não ser escolhido e ficou cansado da indústria. Ainda assim, topou fazer mais um A Múmia: Tumba do Imperador Dragão, terceiro projeto da franquia que já se mostrava desgastada. Não que o filme tenha dado prejuízo, mas a bilheteria foi bem menor do que o esperado e o filme em si não conseguiu muitas críticas positivas.
A queda
Não era só a carreira de Fraser que andava para baixo. Sua vida pessoal também estava desgastada, começando pelo seu corpo. Acostumado a fazer muitas cenas de ação sem o uso de dublês, o ator admitiu que não cuidava do físico e só queria mostrar que sabia fazer de tudo. Ao longe dos anos, suas estripulias resultaram em muitas dores e ossos quebrados.
Ele fez cirurgias nas costas, joelhos e cordas vocais, entrando e saindo de hospitais por quase sete anos. No meio disso, se divorciou de Afton Smith, com quem teve três filhos, e tudo foi muito público, com os tabloides americanos não dando paz para Fraser.
Por causas das cirurgias, o ator afirmou que não conseguia trabalhar e que estava falido economicamente, não conseguindo pagar a pensão dos filhos. O astro ficou fora do cinema até dar uma grande entrevista, em 2018, para GQ, contando sobre sua carreira, como enfrentou a depressão e decidiu ser um pai melhor para seus filhos.
Além disso tudo, Fraser guardou por muitos anos que foi vítima de assédio sexual, revelando o que houve apenas com o movimento #Metoo. Ele disse que, em 2003, sofreu abuso de Philip Berk, ex-presidente da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA), responsável pelo Globo de Ouro.
"Sua mão esquerda se aproxima, me agarra na poupa da minha bunda e um de seus dedos toca no períneo. E começa a movê-lo", relembrou o ator em entrevista para a revista. Berk, por sua vez, negou a alegação, classificando-as como mentirosas.
Televisão
Nos últimos cinco anos, Fraser está centrado mais em séries para a televisão, um ambiente que ele se sente mais confortável. Ele fez Texas sob Fogo (2015), The Affair (2016-2017), Trust (2018), Condor (2018, Titãs (dublando Cliff Steele), Patrulha do Destino (2019) e Professionals (2019).
Ao promover The Affair, o ator viralizou por causa de uma entrevista em que foi sincero sobre Hollywood, sendo taxado de "perdedor" na internet, acusado de não ter mais talento e ainda falaram como ele ganhou alguns quilos a mais. A fala de Fraser foi feita dias após sua mãe morrer, e novamente foi mais um obstáculo que teve que superar na vida pessoal.
Ainda assim, o ator já demonstrou nos últimos dois anos estar melhor, e sua participação em Patrulha do Destino fez com que ele voltasse a ser "descolado", como admitiu em entrevista ano passado. Fraser tem dois filmes em pós-produção e sua carreira está começando a voltar aos eixos.
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