"Buça"? Versão brasileira de Fleabag vira meme e surpreende dubladora
Resumo da notícia
- A versão brasileira de Fleabag, vencedora do Emmy e do Globo de Ouro, virou meme nas redes sociais
- A criadora e protagonista da série, Phoebe Waller-Bridge, é dublada por Maíra Góes, voz de Dory (Procurando Nemo)
- Para Maíra, Fleabag aborda o sexo de forma natural, por isso os palavrões viralizaram no Twitter
Vencedora do Emmy e do Globo de Ouro, Fleabag já ganhou outro prêmio na internet: o de melhor dublagem. Um compilado das melhores falas em português da série estrelada por Phoebe Waller-Bridge, exibida aqui pelo Amazon Prime Video, viralizou no Twitter, com mais de 230 mil visualizações desde o início da semana.
Os trechos escolhidos explicam por que o vídeo virou meme. "Será que o meu cu é gigante?" e "Sabe como as lésbicas chamam o aplicativo de busca? De buça" são algumas falas da protagonista, interpretada pela criadora da série de comédia. Até quem não é fã de dublagem aprovou a versão brasileira.
"Realmente foi uma ótima compilação, e li os comentários. Achei ótimos, até os que falaram 'Odeio dublagem, mas essa até que tá legal', e uma outra que achei muito engraçada: 'Por que colocaram uma voz tão bonita nela? Ela tem voz de taquara rachada!'. Eu me diverti!", brinca a dubladora Maíra Góes, dubladora de Phoebe Waller-Bridge, ao UOL.
Para a atriz, que empresta sua voz a outras personagens famosas como Dory (de Procurando Nemo e Prcurando Dory), a forma natural como a série aborda o sexo explica o sucesso do meme.
"Acho que viralizou porque é uma catarse falar palavrão e falar sobre coisas sexuais, e ouvir o gravado é incrível, porque a gente fala com os amigos, mas não há produtos televisivos assim tão escrachados. Fleabag não é só sobre sexo, mas trata o sexo como coisa normal que é, como mais um item do dia a dia. A gente gosta de ouvir isso, de participar disso, de interagir com isso", analisa.
Adaptação
Fleabag foi dublado na Alcateia Audiovisual, no Rio de Janeiro. Teve direção da veterana Marlene Costa (voz da professora Helena na novelinha Carrossel), e tradução de André Bighinzoli, que adaptou piadas (a fala da "buça" original brinca com o aplicativo Gindr, destinado à comunidade gay) e consultou mulheres para aprimorar a versão brasileira.
"Fleabag fala muito 'buceta' com a irmã, Claire, e o tradutor, como é homem, não sabia se as mulheres usavam esse termo. Ele perguntou se era assim que elas falavam da própria vagina, e ouviu que sim, tratam dessa maneira", conta a dubladora.
Segundo Maíra Góes, traduzir a série com as mesmas falas sexuais foi exigência do Amazon Prime Video, sob supervisão de Cristina Berio: "Se amenizarmos, o episódio volta para refazermos mais pesado. Estamos fazendo a nossa parte da forma correta. Antes não podíamos fazer isso porque era na TV, agora podemos porque é no streaming".
Maíra, que também administra um estúdio de dublagem (Beck Studios), admite que não gosta de assistir a série e filmes dublados para não reparar em possíveis erros. Com Fleabag, porém, ela fez questão de assistir em português e sonha com uma versão produzida no Brasil.
"Acho que deveríamos fazer uma versão nacional de Fleabag e tinham que me convidar para ser a atriz (risos). Adorei a quebra da quarta parede, ela fala com o público e continua vivendo a história. O roteiro dela é incrível, as questões levantadas são incríveis. Os atores foram muito bem dirigidos e os dubladores também. É uma das melhores séries que já vi. Só assisto a animação dublada, mas em Fleabag entrei na história sem me preocupar com a dublagem, aplaudi a adaptação como o público no Twitter", elogia.
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