Antes de Greta, escritora calou líderes mundiais aos 12 anos no Rio
Ela tinha 12 anos quando fez um discurso poderoso na Eco 92, a primeira conferência de meio ambiente sediada no Rio de Janeiro. A canadense Severn Cullis-Suzuki ficou famosa por ter "calado o mundo por seis minutos", mais de 25 anos antes da adolescente sueca Greta Thunberg, eleita pela revista Time como a personalidade de 2019 e recentemente chamada de pirralha pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), faltar à aula para participar de um protesto com um cartaz com a mensagem "em greve escolar pelo clima" em frente ao Parlamento da Suécia.
Com um grupo de crianças, Severn conseguiu chegar ao Rio de Janeiro para discursar aos líderes mundiais sobre a urgência das questões levantadas na conferência. Mas a luta como ativista teve início quando ela tinha apenas 9 anos, quando debatia com um grupo de amigos sobre o tema para outras crianças. Com o dinheiro arrecadado pela organização, ela e o grupo embarcaram para a Eco 92.
"Sou apenas uma criança e não tenho todas as soluções, mas quero que vocês percebam, que vocês não sabem como reparar os buracos da camada de ozônio. Vocês não sabem como salvar os salmões de águas poluídas. Vocês não sabem como trazer de volta um animal extinto. Vocês não podem recuperar as florestas que um dia existiram onde hoje é deserto. Se vocês não podem recuperar nada disso, então por favor, parem de destruir", disse ela.
Assista ao discurso de Severn Cullis-Suzuki na Eco 92, no Rio de Janeiro:
O vídeo do discurso passa de 850 mil visualizações apenas em uma página do YouTube onde está disponível e até hoje chama a atenção de internautas, que se espantam pela atualidade e urgência da mensagem.
Após a conferência, Severn continuou em sua luta. A ativista ambiental e palestrante se formou em biologia, escreveu livros (como The Day You Will Change the World, de 2003) sobre o assunto e atualmente participa de um movimento de conscientização chamado Earth Charter Around the World.
Na biografia disponível em seu site, Severn diz acreditar na ciência como fonte de informação importante sobre as mudanças globais e defende que ela seja associada aos veículos de mídia. A ativista formou-se bacharel em Ciência, Ecologia e Biologia Evolutiva pela Universidade de Yale e no mestrado de Etnoecologia pela Universidade de Victoria, no Canadá.
Em 2017, crianças de países como Canadá, Estados Unidos, Japão e Brasil foram convidadas para participar de um vídeo pelos 25 anos do discurso de Severn na Eco 92 e reproduziram a mensagem da ativista. Em uma entrevista à revista Veja, em 2012, Severn falou sobre o impacto de seu discurso à época.
Assista ao vídeo, em inglês:
"Agora, como mãe, eu entendo porque as pessoas se emocionam tanto quando assistem ao discurso. É porque ele fala sobre justiça para outras gerações, fala sobre o futuro, sobre as nossas crianças. Nós precisamos mais mensagens como essa. Nós precisamos ficar chocados. Precisamos realmente saber o que está acontecendo e o que estamos fazendo com o nosso planeta", disse para a publicação.
Aos 40 anos, a ativista vive atualmente no arquipélago de Haida Gwaii, na costa do Canadá, onde estuda o dialeto local com os habitantes mais velhos. Ela é casada, tem dois filhos, e é membro da fundação David Suzuki, uma organização que alerta sobre as mudanças climáticas.
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